
O panteísmo (cuxa etimoloxía remete para o composto grego “pan” (tudo), e “theos” (Deus), ou sexa, “Deus é tudo” ou “tudo é Deus”) identifica a divindade com o “cosmos”, unha vez que a entende como causa imanente da realidade: non um Deus transcendente ou externo ao mundo, mas antes nele inscrípto. O panteísmo opôn-se, na sua concepçón de Deus, ao monoteísmo das três grandes relixións reveladas, que afirmam a existência do Deus transcendente, que determina a história e atende às oraçóns dos homens. Perante o dualismo destas relixións (distinçón entre o Criador e a criaçón), o panteísmo propón um monismo estrícto: existe unha só realidade onde tudo se encontra, tanto a semênte como o fruto, o mundo é toda a realidade. O que non há som leis que estructurem a realidade e a tornem intelixíbel. Logo, non é de admirar que o monoteísmo interprete o panteísmo como ateísmo. O panteísmo teve várias expressóns plenas ou parciais ao longo da história do pensamento: em Heraclito de Éfeso (nalguns fragmentos que temos dele), no estoicismo (que via Deus como um espírito racional patente em todas as cousas), nalguns textos sagrados do hinduísmo, no filósofo renascentista Giordano Bruno (que seguiu a tradiçón misteriosa do hermetismo, e que foi queimado na fogueira pola Inquisiçón depois de oito anos de prisón), nalguns autores do cristianismo mais místico e no filósofo holandês, do século XVII, Benedictus de Espinosa, autor da expressón latina “Deus sive Natura” (Deus ou Natureza), na qual a divindade se identifica com o universo, com a realidade: “Tudo quanto existe, existe em Deus, e sem Deus nada pode ser nem ser concebido”.
J. A. CARDONA