
É noite. O sarapanta engole a sopa de feixón com alegría. A sopa está triste. O sarapanta engole. No andar do lado non há xanelas. O cozinheiro acabou os estudos sem despentear-se. A noite parece um velório. Estudou Letras, enquanto fazia sopa. Enganou-se. A sopa parecia unha caldeirada, e as letras molharom-se. Ficaram ilexíbeis. Gosta de beber soda. Fez a tropa de marinheiro, num alguidar. Era o comandante do barquinho de papel. Escreve Francês. Fala angolano de Lisboa e tem unha bicicleta. A sopa estragou-se. A loira non gosta dele. A loura quer comer caracois com um galego, que vendeu a Torre de Belém para Sex Shop. O comandante virou estrábico. Cresceu-me a barriga. O ensopado de enguias é exportado para além do Mondego.Se fosse além do Tejo, ainda aparecía à mesa o Vitorino com o Coro do Redondo. Estou com diarreia. Ontem estíve a conversar. A sopa do Letrado estragou-se novamente. O Letrado anda nervoso. Non se arma aos cucos com frases bonitas. Cultiva a estéctica do feio. Vou meter o dedo no nariz. Unha perturbaçón. Amar durante o fim-de-semana cansa muito e durante a semana, arrebenta. tenho que comprar unhas peúgas castanhas. Usem papel hixiénico!
JOSÉ LUÍS MONTERO