
A pergunta que nos debemos colocar é: ¿o que é o propriamente humano? ¿O que nos torna humanos? A resposta xá foi dada por outros filósofos, mas o que é característico e diferenciador em Arendt, é que ela vincule essa resposta a unha existência partilhada com outros. Se para Heidegger a existência era um “ser-no-mundo” (Daisen), para ela, é um “ser-no-mundo com outros”. Portanto, a sua resposta non se articula a partir da enunciaçón do indivíduo solitário que pensa e que a partir desse pensar introspectivo afirma e constrói a base da sua existência (como poderia ser o caso de Descartes), pois Arendt apresenta-o partindo da inter-relaçón com outros de um suxeito relacional, que axe e fala com outros suxeitos, face a um público. E essa inter-relaçón é política: a política é unha necessidade inevitábel da vida humana, dir-nos-á a nossa autora. “A política aborda o estarmos uns com os outros, com aqueles que som diversos.” A nossa existência, consequentemente, depende de um espaço público-político. Non ter esse espaço, como vimos no caso dos refuxiados ou das pessoas sem documentos, implica non ter existência para os outros, non existir para o mundo. Hannah Arendt apresenta unha proposta para a estructura e as componentes da vida activa, ao mesmo tempo que destaca os problemas que a época moderna levanta para dar conta da acçón política. Em “A Condiçón Humana” encontramos, neste sentido, unha crítica à modernidade (que xá indicara em “As Orixens do Totalitarismo”) e unha aposta normativa sobre qual é o espaço da política e quais as actividades que se encaixam nesse espaço. Desta forma, a sua análise desenvolve unha xeografía das actividades humanas, como veremos de seguida, estabelecendo distinçóns e conceitos –como a labor, o trabalho e a acçón–, que dán conta de experiências políticas diferentes na sua orixem. Arendt explora e articula a estructura do mundo político, identifica e analisa as suas características básicas, as formas fundamentais da relaçón política e aquelas que, polo contrário, non som políticas. Definitivamente, estabelece a gramática essencial da vida política, que o totalitarismo aniquilara e que, previamente, a sociedade moderna xá despoxára de significado.
CRISTINA SÁNCHEZ