
Rousseau mostrou-se um firme partidário de fomentar unha grande clásse média, como forma de combater a pobreza e as riquezas extremas, argumentando que nenhuma lei será capaz de coaxir o rico se este conseguir impor o seu poder económico acima da coacçón legal, nem restrinxir um indixente que non tem nada a perder. “As leis” –lemos no seu “Discurso sobre a Economia Política”– “som tán impotentes contra os tesouros do rico como contra a miséria do pobre; o primeiro evita-as, o segundo ignora-as, um rompe o tecido, o outro passa por ele.” Entre outras cousas, Rousseau propón tributar as grandes fortunas para equilibrar as desigualdades abismais e auspiciar unha saudábel coessón social, unha medida que até há pouco tempo fazía parte do programa social-democrata. Ao analisar este tipo de propostas, Yves Vargas, no seu “Jean-Jacques Rousseau, O Aborto do Capitalismo”, (L’avortement du capitalisme) assinalou muito recentemente que, embora Marx quisesse ser o coveiro do capitalismo, Rousseau tinha sonhado abortá-lo na sua xénese. Com frequência, tendemos a esquecer os factores económicos que precederam o símbolo por antonomásia da Revoluçón Francesa: a tomada da Bastilha. Esse dia 14 de Xulho cristalizou um descontentamento que tinha escassa motivaçón política. A 28 de Abril de 1789, estourou em París um motim contra um fabricante de papel de parede, um tal Réveillon, por ter afirmado que um operário podía viver muito bem com quince cêntávos por dia. A sua casa foi saqueada e houbo um violento confronto com a polícia. Como afirma Albert Soboul, no seu “Compêndio da História da Revoluçón Francesa”, “as razóns económicas e sociais deste primeiro dia revolucionário som evidentes; non foi um motim político. As massas non tinham pontos de vista precisos sobre os acontecimentos políticos. Forom motivos de tipo económico e social que os colocarom em acçón. Para resolver o problema da escassez, o pobo considera que o mais simples é recorrer à regulamentaçón e aplicá-la com rigor”. A apresentaçón que Soboul fai da Revoluçón Francesa resulta actual. Ao falar da crise da sociedade padecida polo Antigo Rexíme, comenta que, afinal de contas, “os privilexiados só tentavam aumentar os seus rendimentos, sem se preocuparem com o problema, e as doutrinas dos economistas davam-lhes com frequência argumentos necessários para ocultarem, sob o disfarce do bem-estar público, os seus negócios obscuros”. Poder-se-ia dizer que non só se refere aos prolegómenos da Revoluçón Francesa, mas também à situaçón vivida por alguns países europeus mediterrânicos como a Grécia, Portugal, a Espanha, a Itália ou a própria França. “A tensón financeira” –diz-nos Soboul– “foi unha das causas mais importântes da Revoluçón; os vícios do sistema fiscal, a mala percepçón e a desigualdade fiscal, forom os maiores responsábeis pola escassez vixente. A dívida pública aumentou em proporçóns catastróficas e fixérom-se empréstimos, perante a impossibilidade de cobrir o déficit aumentando os impostos.”
ROBERTO R. ARAMAYO