
¡Lástima que a autoridade quase única neste asunto sexa o extranxeiro e retórico Sulpicio, e que tenhámos que caminhar quase a cégas polas asperezas e dificuldades, sem ter a seguridade em nomes e em feitos! Procurarei apurar a verdade, dado que tán poucas notícias nos quedam. Baixo o consulado de Ausonio e de Olybrio (ano 379, começou a predicar doutrinas heréticas um discípulo de Elpidio e de Ágape chamado Prisciliano, natural da Galiza, de raza hispanorromana, se hemos de xulgar polo seu nome, que é latino, de igual sorte que os de Priscus e Priscilla. O retracto que del facía Sulpicio Severo nos aporta pouquíssima luz, como obra que é de um pedagogo do século V, servilmente calcada, até nas palabras, sobre aquela famosa “etopeya” de Catilina, por Salustio. Era Prisciliano, segundo afirma o retórico das Galias, de família nobre, de grandes riquezas, atrevido, facundo, erudicto, mêstre na arte de declamar e na disputa; felís, certamente, se non se deitara a perder com as suas malas opinións. As suas grandes dotes de alma e de corpo; Velaba muito, era sofredor da fame e da sede, nada cobiçoso, sumamente parco. Mas, com estas qualidades misturaba grande vaidade, orgulhoso com a sua ciência profana, posto que tinha conhecido as artes máxicas desde a sua xuventude. Desta série de lugares comúns, somente sacámos em limpo duas cousas: primeiro, que Prisciliano albergaba grande eloquência, facilidade de enxenho e vária doutrina, necessária a todo corifeu de seita; segundo, que se tinha dedicado à maxía desde os seus primeiros anos. Dificultoso é hoxe em dia dizer que espécie de maxía era a que sabía e practicaba Prisciliano. ¿Seríam as superstiçóns druídicas célticas, de que aínda hoxe quedam e perduram restos na Galiza? ¿Ou das doutrinas arcanas do Oriente, às quais parece aludir San Xerónimo, quando chama a Prisciliano “Zoroastris magi studiosissimum”? Talvés se poidam conciliar âmbas, supondo que primeiro sería a máxia da sua terra, e mais tarde aprendería a da Persia e a do Exípto, que em xeral, non deixaríam de ter algunha semelhança. Consta por Sulpicio Severo que Prisciliano, empenhado em propagar a “gnose” e o “maniqueísmo”, non como os tinha apreendido de Marco, senón com variantes substânciais, recebeu no seu partido um grande número de “bons homes” e também plebeios, arrastados polo prestíxio do seu nome, pola sua eloquência e polo brilho da sua riqueza. Acudiam, sobre tudo as mulheres, ansiosas sempre de cousas novas, víctimas da curiosidade, e pola discrepçón e cortesía do heresíarca galego, brando em palabras, humilde e modesto no ademán e no traxar: meios próprios para cautivar o amor e veneraçón dos seus adeptos. E, non só mulheres, senón bispos, seguíam o seu parecer, entre eles Instancio e Salviano. Estendeu-se rapidamente o priscilianismo da Gallaécia à Lusitânia, e de alí à Bética, polo qual, receloso o bispo de Córdoba Adygino ou Higino, sucesor de Osio, acudíu em queixa a Idacio ou Hydacio, metropolitano de Mérida, segundo o texto de Sulpicio “Emeritae civitatis, ou Emeritae aetatis”. Começou Idacio a proceder contra os priscilianistas da Lusitânia com extremado celo, o qual, segundo o parecer de Sulpicio Severo, que merece nisto escasa fé, por ser enemigo capital seu, foi causa de acrescentar-se o incêndio, persistindo no seu erro Instancio e os demais gnósticos que se tinham conxurado para axudar a Prisciliano. Trás longas e rixas contendas, foi necessário, para atalhar os progressos da nova doutrina, reunir no (ano 380) um concílio em Zaragoza. A el assistirom os bispos de Aquitânia e mais dez espanhois, entre eles Idacio, que firma em último lugar. Excomulgados forom por este sínodo os prelados Instancio e Salviano e os laicos Helpidio e Prisciliano. Os oito cánones em Zaragoza promulgados o quatro de Outubro da dita era, únicos que hoxe conhecemos, mas, que se referem à parte externa da herexía e non aos seus fundamentos dogmáticos.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO