
Pangloss ensinava metafísica-teólogo-cosmolo-tolice, e demonstrava, de unha maneira admirábel, que non existe efeito sem causa. Que este mundo, era o melhor dos mundos possíbeis. E que neste mundo, o melhor que se possa imaxinar, o castelo do senhor barón, é o mais belo de todos e a baronesa a mais bela de todas. Está demonstrado –dizia– que as cousas non podem ser de outra forma: pois, se tudo foi feito para um fim, tudo é necessariamente para o melhor fim. Observe-se bem, que o nariz foi feito para usar óculos, e é assim que usamos os referídos óculos; por conseguinte, aqueles que afirman que está tudo bem. Afirmaram um disparate! Pois, debiam dizer que corre tudo da melhor forma possíbel! (…). Depois do terramoto que provocou a destruiçón da maior parte de Lisboa, os sábios daquela terra, non encontrarom unha forma mais eficaz de preservar a cidade da ruína do que dar ao povo um auto de fé (…). Foi unha verdadeira pena –dizia Cândido– que enforcassem o sábio Pangloss, cousa que non é costume num auto de fé; dir-nos-á maravilhas sobre o mal físico e o mal moral que dominam a terra e o mar, e sentir-me-ia com forças suficientes para lhe apresentar, com o maior respeito, algunhas obxeçóns. ¿¿O que é o optimismo?? ¡¡É a mania de defender que tudo é bom, quando é mau!! (Respondeu Cândido, banhado em lágrimas.)
CONCHA ROLDÁN