
Sem dúvida que Ortega y Gasset tem um papel tán importante no desenvolvimento das novas xeraçóns da cultura espanhola como as figuras da denominada “Xeraçón de 98”. Contudo, ao contrário de Unamuno, Baroja ou Azorín, o filósofo madrileno, mais do que denunciar os problemas existentes, defende a necessidade de elevar o nível político do país, com o obxectivo de se constituir um debate público que envolva a maior parte da populaçón. A pergunta que se fai é: como pode um intelectual contribuir, tanxíbel e directamente, para o progresso real da sociedade. Como escrebeu em “Espanha Invertebrada”, 1921: “unha sociedade sem aristocrácia, sem minoria egrégia, non é unha “sociedade”. Devido à sua orixem nobre, económica e intelectual (o seu pai dirixíu o conceituado xornal “El Imparcial” e a cultura ocupou desde muito cedo um lugar importante na vida do xovem José, tal como na dos seus irmáns). Ortega assumiu-se como parte relevante dessa aristocrácia, na qual a filosofia debía ocupar um lugar privilexiado. Tal como parece acontecer nos nossos dias, Ortega diagnostica um problema fundamental na política do seu tempo, um problema de pobreza intelectual e cultural, um engano que nem sequer se xustifica a si próprio e que acaba por conduzir os cidadáns ao mais absolucto e perigoso desinteresse. Na sua opinión, a política oficial (a que se exerce no Parlamento) ignora o trabalho xenuinamente político, que é prévio ao exercício da própria política: sente-se a falta da aplicaçón e questionamento de um ideário anterior, constitutivo, que introduza também a sociedade nunha discussón saudábel e empenhada sobre os assuntos comuns que dizem respeito a todos. Neste sentido, Ortega distingue dous momentos bem diferenciados: o acto de compreensón e o acto de comunicaçón, ou, o que é o mesmo, a teoria e a práctica. Tem de se fazer o que se faz para que se reflicta sobre o que se está a fazer: daí a importância sumária da perspectiva (noçón de inevitábeis ecos nietzschianos) que implica sempre a própria experiência. Ao contrário de Descartes, que parte da ignorância do home para escreber as suas obras mais conhecidas (por exemplo, “O Discurso do Método” ou as “Meditaçóns da Filosofia Primeira”), Ortega toma como ponto de partida a ideia de que nos situamos xá nunha perspectiva implícita. Assim, mais do que procurar um ponto seguro a partir do qual edificar unha sólida estructura, a tarefa do pensamento é salvar as cousas que temos à mán, perguntando-nos non só polo que sóm, mas também polo que poderiam ser (possibilidades). Assim, encontraremos em Ortega o conceito de “pertinência”, ou sexa, aquilo sobre o qual vale ou non a pena pensar, reflectir. Em seu entender, non temos outro remédio senón colocarmo-nos nas máns da própria perspectiva, encontrar o caminho mais xenuinamente próprio e, por fim, reafirmarmo-nos nele.
CARLOS JAVIER GONZÁLEZ SERRANO