
Em “Teoria do Axir Comunicativo”, publicada em 1981 após unha série de obras em que ensaia caminhos que depois abandonará (obras de transiçón, de tentativa e erro da década de 1970, as quais referimos sucintamente no esboço biográfico), Habermas ractifica a “mudança de paradigma”, unha mudança, unha viraxem, na qual a filosofia da linguaxem vai desempenhar um papel decisivo, na linha da chamada “viraxem linguística”, ao mesmo tempo que acolhe a inspiraçón democrática radical do pragmatismo norte-americano através do conceito de comunidade de comunicaçón, derivado, primeiro, de Charles S. Peirce, fundador da semiótica (a teoria dos signos), e, depois, de Karl-Otto Apel, filósofo neokantiano que introduzíu o pragmatismo norte-americano na Alemanha e o revelou a Habermas. Na primeira páxina do seu prefácio a esta obra, Habermas diz-nos: “A teoria da acçón comunicativa non é unha metateoria, mas o princípio de unha teoria da sociedade que se esforça por dar razón aos cânones críticos de que faz uso”. Para recuperar as enerxias utópicas será necessário continuar a apostar na democracia, nesse núcleo valioso da deliberaçón na esfera pública, que xá abordámos a propósito da “História e Crítica da Opinión Pública”. A descoberta da acçón comunicativa, derivada da interaçón simbólicamente mediada entre os seres humanos, serve para contrariar a visón opressiva da sociedade e assegurar um núcleo normativo na pragmática, isto é, no mesmo uso da linguaxem, que fundamentará a ética e a política deliberativas. Dar conta da totalidade desta obra em dous tomos, e mais de 1.500 páxinas, é literalmente impossíbel. O nível de complexidade teórica (com o seu método de reconstruçón racional empírico-normativo) desta proposta para a teoria da racionalidade e da sociedade é avassalador. As referências a correntes teóricas diversas e multifacetadas, continentais e anglo-saxónicas, e a bibliografia superam em muito o expectábel nunha obra filosófica. O índice de autores excede qualquer previsón. Habermas reapropria-se de unha multidón de elementos da filosofia da linguaxem, do pragmatismo e da teoria psicossocial. Limitar-nos-emos a apontar alguns dos seus elementos em xeito de peças-chave com que o autor desafia o pessimismo dos seus predecessores frankfurtianos ao fundamentar a racionalidade práctica na comunicaçón humana.
MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO