
Apesar disso, o “Discurso” tinha unha ambiciosa finalidade que transparece no subtítulo: “Plano de unha ciência universal, capaz de elevar a nossa natureza ao seu maior grau de perfeiçón, xuntamente com a Óptica, a Meteoroloxia e a Xeometria, nas quais o autor, para dar unha proba da sua ciência universal, explica os assuntos mais abstrusos que conseguiu escolher e fá-lo de tal modo que inclusive quem non tenha estudos poderá entendê-los”. Com a publicaçón do “Discurso do Método” e o trabalho acumulado em “O Mundo” e nas “Regulae”, pode dizer-se que a filosofia de Descartes estaba virtualmente completa. De facto, duas das três obras da década seguinte, as “Meditaçóns sobre a Filosofia Primeira” e “Os Princípios da Filosofia”, serán apenas desenvolvimentos e ampliaçóns das anteriores, sem representar qualquer modificaçón substancial. Sem dúvida, Descartes pecou por optimismo ao pensar que as suas ideias seriam acolhidas oficialmente nos círculos xesuítas. O que aconteceu foi o seu salto definitivo para a fama: o libro foi traduzido para latim e recebeu muitos elóxios, embora também tivesse atraído todo o tipo de críticas, tanto científicas como filosóficas. Descartes despreçou sobretudo as primeiras, acusando os seus rivais de serem invexosos e ineptos, e centrou-se nas de tipo “metafísico”, que era onde em seu entender habia marxem de desenvolvimento (“non com o intuito de as tratar pormenorizadamente, mas apenas para as aflorar e concluir, polo xuízo dos leitores, como as tratar depois”). Para tal, começou a elaborar a sua segunda grande obra publicada, as “Meditaçóns sobre a Filosofia Primeira” (1641), desta vez escrita directamente em latim e acompanhada desde o início por um voluminoso conxunto de obxecçóns e respostas compiladas graças à difusón que Mersenne fez do manuscrípto entre figuras destacadas como Hobbes, Gassendi ou Arnauld. O subtítulo da primeira ediçón rezaba “Onde se demonstra a existência de Deus e a imortalidade da alma”, embora na segunda o tenha alterado polo mais preciso “Onde se demonstra a existência de Deus e a distinçón entre a alma e o corpo humano”. Num excesso de beataría, decidíu dedicar a obra aos directores da faculdade de teoloxía da Sorbonne, mas o libro acabou por non obter a respectiva aprovaçón.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO