
“A existência das cousas é idêntica ao facto de serem conhecidas. Existirem significa que som representadas. Vocês acreditam que as cousas que existem no mundo continuariam aqui mesmo se ninguém as visse e as representasse. Mas tentem imaxinar claramente que tipo de existência das cousas seria esta. Enquanto o tentam, representam sempre a percepçón do mundo nunha cabeça: nunca num mundo fora da representaçón.” A premissa afirmada com tanta segurança podería parecer um mero “solipsismo”, isto é, as cousas só existem porque o meu eu as representa. A esta obxecçón, o pensador respondia com o seguinte: “Vocês dirán: A estufa continuará a estar onde está embora eu saia e deixe de a ver; assim, o obxecto non depende de um indivíduo em concreto, mas sim do suxeito do conhecimento em xeral, (…) precisa de um suxeito como portador do seu ser. Non importa quem o indivíduo sexa, pois o suxeito non é o indivíduo, mas aparece nos indivíduos: o fogón continuará onde está mesmo quando non existir ninguém presente; mas o espaço que ocupa é unha parte necessária do espaço em xeral; e o tempo durante o qual continua ali sem que ninguém o vexa é unha parte do tempo em xeral, ao qual está ligado de forma indissolúbel. Entón, o espaço e o tempo xerais som só unha representaçón.” E o filósofo concluía a sua argumentaçón com este passe maxía: “Podemos entón afirmar que a minha cabeça está no espaço, mas o espaço, com tudo o que contém, está apenas na minha cabeça.” Nestas palabras finais, ressoam inequivocamente os ensinamentos de Kant na sua “Estéctica transcendental”. Schopenhauer declarava-se, aliás, fiel devoto do autor de Königsberg e dedicou a Kant um extenso apêndice (Crítica da filosofia kantiana) no final do primeiro tomo da sua obra-prima. Considerava-se o seu “verdadeiro e único continuador”, unha vez que os filósofos pós-kantianos tinham comprehendido mal o seu ídolo e prosseguiram por caminhos errados. Só ele, com a sua filosofia, dava por resolvido o que o precursor deixara no ar.
RBA REVISTAS (NATIONAL GEOGRAPHIC)