
A publicaçón do “Tratado Teolóxico-Político” assinalou o fim da sua estada em Voorburg e a mudança para La Haia. Talvez Espinosa se tivesse cansado da vida no campo (unha década enteira), e quisesse estar em contacto directo com a actividade intelectual da cidade, na qual tinha muitos amigos e conhecidos. Instalou-se como hóspede em casa do pintor Hendrik van den Spyck e, no seu novo lar, continuou a polir lentes, a escreber (e também a polir) a “Ética”, a comunicar-se por carta com pensadores e cientistas lonxínquos e, ao mesmo tempo, a analisar as inflamadas reaçóns ao “Tratado”. Estas alarmaram-no tanto que dissuadiu os amigos de terminarem unha traduçón da obra para o holandês. De facto o ambiente sufocante crispou-se completamente debido à invasón francesa dos Países Baixos, e à acusaçón contra Johan de Witt, por non ter defendido bem o país. Este e o seu irmán forom brutalmente assassinados por unha multidón encolerizada em 1672 (o pintor Jan de Baen deixou unha perturbadora imáxe a óleo da execuçón, “Os corpos dos irmáns De Witt”), e essa acçón de crueldade desenfreada fez Espinosa perder a paciência: estaba disposto a ir ao local do linchamento para afixar um cartaz com a inscripçón latina “ultimi barbarorum” (“os piores bárbaros”) quando, felizmente, Van den Spyck o detebe a tempo. Felizmente, porque, se tivesse saído à rua com o cartaz, era probábel que também tivesse sido linchado. Esteve perto no ano seguinte quando, depois de visitar o assentamento das tropas assaltantes francesas em Utrecht, probabelmente em missón diplomática secreta, unha turba apareceu em casa de Van den Spyck, na Haia, convencida de que era um espión e ameaçarom matá-lo. Espinosa saíu à rua, enfrentou a multidón exaltada e proclamou a sua inocência e o seu compromisso para com a república; a multidón dispersou-se de imediato. Foi precisamente em Utrecht que os franceses lhe ofertarom dinheiro (unha retribuiçón) se dedicasse um libro a Luís XIV; Espinosa recusou a oferta com cortesía. Non foi a única oferta pecuniária tentadora que o humilde polidor de lentes rexeitou, em 1673. Nesse mesmo ano, o Eleitor do Palatinado enviou-lhe, através da carta de um catedrático, a proposta para ensinar filosofia na Universidade de Heidelberg. Oferecía-lhe um salário anual completo e garantiam-lhe a mais absolucta liberdade de pensamento, desde que non abusasse dela “para perturbar a relixión publicamente estabelecida”. Espinosa considerou muito seriamente a oferta, durante perto de seis semanas, antes de a recusar com unha atenciosa carta ao intermediário. Esta carta mostra a determinaçón de Espinosa em manter a sua independência e a sua liberdade, nem que fosse à custa da segurança financeira de que necessitaba.
JOAN SOLÉ