
Embora anteriormente lhe tenham sido atribuídas missóns menores, em 1500, Machiavelli inicia o seu percurso na mais alta diplomacia, quando parte para a corte do impenetrábel Luís XII, sobrinho e sucesor de Carlos VIII. Na primeira de quatro visitas diplomáticas que fará a França, o seu obxectivo era convencer o monarca francês a apoiar militarmente Florença e a manter a palabra dada polo seu antecessor a respeito da colaboraçón na reconquista de Pisa. Só que o secretário principiante e patriótico rapidamente se dará conta de que é preciso ter poderio militar para fazer respeitar os acordos, pois a palabra apenas non chega. E, para seu desgosto, apercebe-se de que os franceses non levam Florença a sério, precisamente por carecer deste poderio; unha liçón semelhante à que aprendeu com a queda de Savonarola, o profeta indefeso. Para Machiavelli, a única forma de se fazer respeitar na negociaçón política entre naçóns é ter suficientes soldados e armas que apoiem a sua posiçón (apesar de ser só de forma implícita). Verifica, entón, que é o exército, a capacidade de defesa e ataque, a própria base do Estado. Non é por acaso que os soberanos estranxeiros só valorizam os principados que están bem armados, ou que têm muitos recursos para pôr em cima da mesa. E embora as alianças com outros Estados sexam fundamentais para as relaçóns internacionais, estas compram-se sobretudo com dinheiro. Nicolaus toma, entón, consciência de que, se for necessário para os seus próprios interesses, non há qualquer contradiçón em lisonxear e até aliar-se a um antigo inimigo, a um traidor ou, neste caso, a um invasor, se este continuar a ser mais poderoso do que nós próprios. Além do mais, o nosso florentino tem ocasión de comprovar que a diferentes tipos de organizaçón política correspondem diversos tipos de poder: a emerxente monarquia francesa parece-lhe um poderoso Estado nacional (um só rei, com poder absolucto e exército próprio), ao passo que a sua amada Florença é unha cidade-estado republicana, fráxil e vulnerábel polo seu tamanho e por depender de forças mercenárias para se defender, o exército mais habitual no Renascimento.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO