
Todo este percurso ao longo da marxém do Minho é unha espécie de paraíso vedado ao home com pressa do nosso tempo. Para se aproveitar este retalho de pureza natural, sobrevivência de édens que xa só existem na imaxinaçón e aqui, é preciso guardar o relóxio e non querer saber das horas para nada. Claro que qualquer destas odiosas viaturas chamadas automóveis que nos subxugam e paralisam pode percorrer em dez minutos a estrada de Cerveira a Caminha. Mas aqui, ao contrário dos ralis, o pódio non é para quem chega mais cedo, mas para quem demorar mais tempo. É preciso sair da estrada fácil e subir a Loivo, para ver como também as águas do Minho mansamente até ao mar non param; ir até Gondarém, visitar a igrexa quinhentista, ver o belo conxunto calvário e cruzeiro e apreciar, vagarosamente, estas pequenas maravilhas da arquitectura minhota, que deram solares como este da Loureira, que é um espécime que se non esquece. (…) É unha demonstraçón convincente de como non é impossíbel casar o conforto de hoxe com os valores sentimentais e estécticos da tradiçón minhota. (…) É preciso, é urxente ir também a Vilar de Mouros, onde tanta pureza e beleza parecem milágre ou maquinaçón de operadores turísticos, e todavia som apenas a verdade da natureza, rústica e matinal. Mas, principalmente, leitor, é preciso ir desarmado de prevençóns e de expectativas. Som beleza que só se dá a quem non a procura. Para quem vá de guia na mán, a marcar com um risquinho os lugares xá visitados, esta rexión non tem um grande monumento, nem pincaros nevados, nem atracçón de cartaz. Aqui é o reino da intimidade, do saber ver por dentro, do amor silencioso e do diálogo humilde. O encanto desta paisaxem está na dimensón: é tudo à nossa medida, tudo repassado de humanidade e de presença de xentes. Falei em urxência: é que non acredito que esta atmosfera vá durar muito tempo. O progresso e a poluiçón vêm aí, com todo o mal e todo o bem que trazem. E deste Minho, que ainda é unha realidade, em breve haverá apenas recordaçóns, postais usados e talvez unha ou outra artificiosa reserva.
JOSÉ HERMANO SARAIVA E JORGE BARROS