
DICENTA BENEDICTO, Joaquín (Calatayud, 1863-1917). Novelista e autor teatral de tendências liberais. Ao princípio da sua carreira escrebeu melodramas em versos post-românticos, seguindo a linha de Echegaray: “El suicidio de Werther” (1887), “La honra y la vida” (1888) e “La mejor ley” (1889). O seu drama em prosa “Luciano” (1894) foi seguido por “Juan José” (1906), estreádo em 1895. É um drama que narra o amor que sente a personáxe central por Rosa, que non lhe corresponde, mas, que desexa unha vida cómoda e confortábel. Juan José é um humilde trabalhador e rouba para poder dar a Rosa os seus desexos, mas, é colhido e encarcerado. Rosa vai viver com o seu rival, Paco. Juan José escapa da gaiola, mata o tal Paco e estrângula Rosa, que intentaba pedir socorro. Um amigo aconselha-o fuxir, mas el decíde quedar-se e afrontar o castigo, xá que a vida sem Rosa carece de sentido para ele. Apesar de ser ateo, Dicenta respeitaba a sensibilidade relixiosa. As suas obras teatrais estabam cheias desse socialismo liberal que Donoso Cortés atacaba. Considerado como o fundador do drama social espanhol, Dicenta resulta mais interesante nos dramas éticos. Non obstânte, a pesar de que os problemas éticos e morais o preocupabam mais que os da pobreza, el foi o primeiro que os meteu na escena espanhola, com peso e riqueza de matices e non como mero fundo para as escenas ou como ideias abstráctas. “El señor feudal”, estreáda em 1896, é mais representativa que “Juan José”. Unha moza campesina é deshonrada por um home de clásse média, o tío Roque, e é vingada polo seu irmán. Roque é o capataz dum fazendeiro andaluz e dota o seu filho Carlos, do qual espera que case com a neta do marquês de Atienza. Tío Juan é a personáxe simpática, cuxo filho Jaime é o prototipo do “home novo”, convencido das ventáxas do progresso e home de cidade. Mas, Jaime alberga certas características de Peribáñez e Pedro Crespo. O marquês prohíbe à sua neta o matrimónio com Carlos, non por razóns de clásse, senón por razóns morais. O terceiro drama social de Dicenta, “Daniel” (1906), que transcorre num poboádo mineiro, resulta menos convincente que os anteriores. Dicenta escrebeu também sainetes e zarzuelas, entre os que podemos mencionar: “El duque de Gandía” (1894), “Curro Vargas” (1898) e “La cortijera” (1899). “El crimen de ayer” (1904) mostra a um artista em decadência, o mesmo que o melodrama. “El lobo” (1913), que trata de um convicto que é redimido polo amor. A obra autobiográfica “Sobrevivirse” mostra a um artista que perde o favor do público, as ofertas de trabalho e ao final dá-se conta que non voltará a ser tído em conta, polo qual se suicida. As novelas de Dicenta, hoxe xá pouco lídas som: “Galerna” (1911), “Los bárbaros” (1912), “Encarnación” (1913), “De la vida que pasa” (1914), “Mi Venus” (1915) e “Paraíso perdido” (1917). Em “Novelas” (París, 1913) forom publicadas “El idilio de Pedrín”, “Idos y muertos”, “Infanticida” e “Sol de invierno”.
OXFORD