
Non é estranho que assim sexa. A alienaçón no trabalho assalariado é atravessada polo paradoxo de todos os tipos de alienaçón: quanto mais poderoso é o obxecto (afinal, trabalho seu), sexa este Deus, o Estado ou a Mercadoria, mais insignificante e miserábel é o ser humano, maior é a sua servidón e submissón. Nelas o home perde a subxectividade, alienada em criaçóns-obxectos que se tornam seus senhores; nelas perde-se como suxeito e reaparece como servo. E a chave desse mecanismo, diz-nos Marx, é que as suas próprias criaçóns se tornam seres “estranhos” a ele, estranhos e inimigos: “Todas essas consequências decorrem do facto de o trabalhador ser relacionado com o “producto do seu trabalho” como com um obxecto “estranho”. Está claro que, baseado nesta premissa, quanto mais o trabalhador se desgasta no trabalho tanto mais poderoso se torna o mundo de obxectos por ele criado relativamente a ele próprio, tanto mais pobre se torna a sua vida interior, e tanto menos ele pertence a si próprio. Quanto mais de si mesmo o home atribui a Deus, tanto menos lhe resta”. Mas a alienaçón relacionada com o producto non é a única figura da alienaçón no trabalho assalariado. Outra non menos relevante é a “alienaçón da actividade”, a alienaçón do trabalhador no “processo productivo”. Efectivamente, ao contrário do artesán, para o assalariado a sua própria actividade resulta-lhe alheia; deixa de vivê-la como criaçón própria, como oficio, para a viver como acçón dirixida e controlada por um poder exterior. Este poder exterior costuma identificar-se com o patrón, mas Marx aponta mais fundo: o patrón só representa esse poder, é a sua máscara, personifica-o. O verdadeiro poder é a “máquina”, non como instrumento mas como sistema: o trabalhador assalariado faz parte de um sistema-máquina no qual xá non pode criar, improvisar, deixar sair a sua alma, mas para o qual tem de contribuir só com esforço, movimentos do seu corpo pautados polo trabalho em cadeia. A Marx non interessa unicamente descrever os diversos efeitos antropolóxicos do trabalho alienado; o seu hegelianismo de fundo força-o a pensar a sua ordem, a sua dependência. À primeira vista, o mais relevante é a “alienaçón no producto”, o “estranhamento”; mas Marx procura a “ordem lóxica” e nesta investe o fundamento: “a alienaçón aparece non só como resultado, mas também como “processo de produçón”, dentro da própria “actividade productiva”. Como poderia o trabalhador ficar nunha relaçón alienada com o producto da sua actividade se non se alienasse a si mesmo no próprio acto da produçón? (…) A alienaçón do obxecto do trabalho simplesmente resume a alienaçón da própria actividade do trabalho”.
JOSÉ MANUEL BERMUDO