
Ao abrir este capítulo, dizíamos que a escolha de unha doutrina ontolóxica (o que é o ser) condiciona em grande medida a doutrina epistemolóxica consequente (o que e como podemos conhecer). Ao fim e ao cabo, se pensar que agora mesmo tenho três euros no bolso, o facto de estar enganado (ignorância) ou que o saiba (conhecimento) terá algo a ver com o facto de realmente ter três euros no bolso. Talvez non sexa exactamente o mesmo, mas algo terá a ver. Unha ontoloxia específica non determina ou implica unha epistemoloxía, mas condiciona-a fortemente e, como veremos, a teoria do conhecimento de Platón non é unha excepçón a este princípio. Mas, a teoria do conhecimento de Platón surxe quase como um corolário da doutrina das Formas. Sendo assim, o raciocínio de Arístocles é pouco mais ou menos como se expón seguidamente: –Como tinha afirmado Parménides, a razón mostra-nos que o ser tem de ser idêntico a sí mesmo e imutábel mas, ao contrário do eleata, non Uno, mas múltiplo (as Formas). –Conhecer significa conhecer o ser, pois non se pode conhecer o non-ser. Ser e conhecer som idênticos e, por conseguinte, o conhecer tem de ter as mesmas características do ser (fixo e imutábel). –No entanto, a informaçón que os sentidos nos proporcionam é variábel e enganosa. Um obxecto à distância parece-me mais pequeno do que quando o mesmo obxecto está próximo de mim, quando tenho febre parece-me que está frio embora non estexa… Por conseguinte, os sentidos non som fonte de conhecimento, apenas de opinión ou de ignorância. –Além disso, a realidade (as Formas) non é obxecto da experiência porque non faz parte deste mundo (ninguém viu trotar a Ideia do Cavalo na Ideia do Prado). –Consequentemente, o conhecimento apenas pode resultar do raciocínio puro sem o auxílio (contaminaçón) dos sentidos e do corpo.
E. A. DAL MASCHIO