
No universo primitivo (quando o universo era tán pequeno, que era rexído tanto pola relatividade xeral como pola teoría quântica) había efectivamente quatro dimenssóns do espaço e ningunha do tempo. Isto significa que quando falamos do “inicio do universo”, non temos em conta a questón subtil de que, no universo muito primitivo, non existía um tempo como o tempo que agora conhecemos! Debemos aceitar que as nossas ideias usuais de espaço e tempo non se aplicam ao universo muito primitivo. Este está mais alá da nossa experiência, mas non mais alá da nossa imaxinaçón ou das nossas matemáticas. Se no universo muito primitivo as quatro dimensóns se comportabam como o espaço, ¿que ocurre com o inicio do tempo? Darnos conta de que o tempo se pode comportar como unha direcçón mais do espaço, implica que podemos librar-nos do problema de que o tempo tenha um começo de maneira análoga a como nos libramos do problema do borde do mundo. Suponhamos que o inicio do universo foi como o Polo Sul da Terra, com os gráus de latitude desempenhando o papel do tempo. Quando nos desprazamos cara ó norte, os círculos de latitude constante, que representaríam o tamanho do universo, se expandiríam. O universo começaría como um ponto no Polo Sul, mas este é em muitos aspectos como qualquer outro ponto. Perguntar o que passou antes do inicio do universo, resultaría unha pergunta sem sentido, porque nada há ao Sul do Polo Sul. Nessa interpretaçón, o espaço-tempo non tem bordes (no Polo Sul cumprem-se as mesmas leis da natureza que em todos os outros lugares). Análogamente, quando se combina a teoría xeral da relatividade com a teoría quântica, a questón de qué ocurríu antes do inicio do universo deixa de ter sentido. A ideia de que as histórias do universo deberíam ser superfícies pechadas sem bordes, denomína-se a condiçón da ausência de bordes.
STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW