
Entre os alemáns entendem-no logo, se digo que a philosophia está corrompida por sangue de theólogos. O pastor protestante é o avô da philosophia alemán, o próprio protestantismo o seu “peccatum originale”. Definiçón do protestantismo: a hemiplegia do christianismo e da razón… Non se necessita senón pronunciar as palabras “Seminario de Tubingue” para comprehender o que é no fundo a philosophia alemán: uma theologia “astuta”. Os Suabios som os melhores embusteiros da Alemanha, mentem inocentemente… D’onde provêm a alegria que, à apariçón de Kant, passou pola Alemanha no mundo da sciencia, que se compón nas suas tres quartas partes, de filhos de pastores e de filhos de mestres; d’onde procede a convicçón alemán, que ainda agora encontra echo, de que com Kant inaugura-se uma mudança para “melhor”? O instincto theológico no sabio alemán adivinhava o que entón voltava a ser possivel… Havia-se aberto um caminho indirecto para o antigo ideal, o conceito do “mundo verdade”, o conceito da moral como essencia do mundo (os erros mais pérfidos que existem!) eram de novo, serán demonstráveis, pelo menos “impossiveis de refutar”, graças a um scepticismo subtil e astucto… A razón, o direito da razón non alcança tanto… Havia-se feito da realidade uma “experiencia”; um mundo completamente “mentido”, o da essencia, tornára-se realidade… O exito de Kant non passa de um exito de theólogo; Kant foi como Luthero, como Leibnitz, um freio mais para a probidade alemán, pouco sólida de sua natureza.
FRIEDRICH NIETZSCHE (O ANTI-CHRISTO)