
A existência de unha consciência moral é um facto inegábel. Em qualquer lugar estamos sempre rodeados de xuízos morais emitidos pelos outros ou por nós próprios, tais como “isso non se faz”, “bem feito” e outros parecidos. Entón, em que se baseia a moralidade? E tornando a nossa pergunta ainda mais concreta: como lhe dar resposta, se estamos cada vez mais cientes da diversidade de crenças morais que os homens foram mantendo em diferentes momentos ao longo da história, em diferentes culturas ou até dentro de unha mesma sociedade? O confronto com essa variedade pode muito bem levar-nos a renunciar à tarefa de fundamentar a moral, pois é possíbel que nos possa convencer que, através dos xuízos morais com suposta validade universal, os seres humanos non apresentem mais do que os seus gostos, os resultados da sua cultura e educaçón, que, em suma, do ponto de vista daqueles que os ouvem, pode muito bem parecer unha mera escolha pessoal, um costume ou unha moda, senón mesmo um preconceito. Xá Montaigne escrevera no seu ensaio “Dos Canibais” que “cada qual considerará bárbaro aquilo que non pertence aos seus costumes”. Neste caso, o filósofo moral experimentará a tentaçón do cepticismo, reduzindo a sua abordaxem à de um sociólogo ou psicólogo da moral. Contudo, se xulgássemos que Hume seria um céptico a esse respeito –um relativista, como diríamos hoxe–, estaríamos completamente errados. Para o filósofo escocês, encontrar a orixem da moral e defender abertamente alguns princípios de validade universal era exactamente a mesma cousa. Quando às diferenças de costumes que observamos em diferentes sociedades, é bem possíbel que estas non passem de algo muito superficial, manifestaçóns forçosamente convencionais de princípios que som, no fundo, idênticos. Hume debruçou-se sobre este problema ao lembrar que: (…) “muitas das formas que adoptam as boas maneiras acabam por ser arbitrárias e informais; mas aquilo que expressam é sempre o mesmo. Um espanhol sairá da própria casa à frente do seu hóspede, para demonstrar-lhe que passa a ser também dono dela. Noutros países, porém, o proprietário será sempre o último a sair, como sinal natural de certa deferência e consideraçón. É facilmente observábel aqui que a mesma deferência (o mesmo significado, diríamos) é evidenciada usando formas contrapostas. Por trás da diversidade pode muitas vezes encontrar-se a uniformidade.
GERARDO LÓPEZ SASTRE