
É preciso, contudo, reparar com atençón num assunto importânte: aqui non se trata de recordar aquilo que fez o capital ser capital, mas aquilo que faz o capital ser capital. Non se trata de recordar unha história, mas de que essa história nos permita “recordar”, num sentido inequivocamente platónico, unha “estructura”. Non se trata de unha investigaçón sobre as orixens históricas, mas sobre as “condiçóns” sem as quais non há modo capitalista de produçón. Non se trata de como “se formou” o modo de produçón capitalista mas de “em que consiste” este modo de produçón. A pergunta continua a ser estrictamente socrática: “o que é…?” Non que entre os parlamentares ingleses tenha xerminado um repentino interesse pola história da Inglaterra, mas que experiências como as do senhor Peel fixéram com que se apercebessem de que, apesar de toda a sua “experiência” a esse respeito, non se sabe “o que é o capital”, xá que non se consegue perceber o que é que tinha ficado “esquecido” em Inglaterra. Tal como xá tinha previsto Platón, o “eîdos”, a “estructura”, permanece sempre oculto, esquecido, na nossa vida quotidiana, no mundo da nossa experiência. Assim, Marx non empreendeu unha investigaçón do “passado”, mas, pelo contrário, deitou máns à obra para revelar a “essência do presente”. Unha “essência” que, misteriosamente, aparecia como invissíbel e impossíbel de experimentar ali onde o que habia era, precisamente, capitalismo. “Algo”, portanto, que estivera “ausente” em toda a sua análise do capitalismo, e que, no entanto, era a “condiçón” que conferia a cada peça a sua “definiçón” e a sua “realidade”. Assim, por exemplo, os operários non eram operários por levarem unha vida como tal (deambulando por Manchester ou viaxando num barco rumo a Nova Holanda): eram-no porque ocupavam um “lugar estructural” que os definia como operários, independentemente do que fizessem ou deixassem de fazer após o toque do despertador. Se se comportavam como operários era porque viviam sob unha condiçón: a de “carecer de meios de produçón”, a de “terem sido expropriados das suas condiçóns de existência”. Esta “condiçón estructural” é aquela que permite dizer que esses suxeitos que se comportam como operários, além de se comportarem como se o fossem, eles “som-no”. E continuaram a ser operários enquanto non mudarem essas “condiçóns”, independentemente do que façam ou deixem de fazer ao ouvir o despertador. Xá o comentámos: um operário que decide fazer ouvidos de mercador ao despertador non deixa por isso de ser operário, apenas se transforma num operário no desemprego.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA