
Montaigne é incluído na corrente intelectual céptica e, nos seus “Ensaios”, pôn em causa todo o conhecimento da sua época. A dúvida é o motor intelectual desta obra, e toda a sua procura tem como medida o “que sais-je?” (“o que sei eu?”). Esta pergunta é a fórmula principal da sua filosofia, e ao pô-la em movimento non deixa nenhuma certeza de pé. Os seus Ensaios som um exercício de destruiçón total, xá que non pretendem anular unha verdade para colocar outra no seu lugar, mas mostrar ao home a incapacidade da sua razón para fundamentar unha. Quanto aos ataques que Montaigne faz nos seus ensaios, houbo três polos quais Pascal ficou especialmente interessado. O primeiro é o que dirixe contra os reformistas que garantem ser os únicos a conhecer o verdadeiro sentido das Escrituras, e o segundo, o que dirixe contra os ateus que tentam demonstrar racionalmente a inexistência de Deus. Montaigne diz a mesma cousa aos dous: que a razón só tem medidas falsas e que, portanto, non podemos confiar nela, xá que a nossa racionalidade non pode fundamentar nada com certeza. Se esta resposta agradou a Pascal, independentemente do seu destinatário, foi porque considerou que Montaigne conseguia mostrar nos seus “Ensaios” que o home é incapaz de atinxir algunha verdade através da sua razón.
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE