
De um elemento primordial xeram-se as cousas, começando polo resto dos elementos, diz-nos Tales. No entanto, a certeza desta hierarquia entre os elementos non se impôn. Pode perguntar-se: porquê a água, e non o fogo, o ar ou a terra? E, de facto, a discussón, como veremos, non está encerrada a esse respeito (Anaxímenes preferirá o ar e, mais tarde, Heraclito decidir-se-á polo fogo). Ora bem, em vez de privilexiar um dos elementos, non se pode supor que têm orixem em algo que difere de todos eles? As cousas que nos rodeiam mostram-se como unha determinada composiçón de água, terra, fogo e ar. A diferença entre estes é a diferença última. Non confundir os elementos constitui o acto mais elementar de diferenciaçón. Mas entón aquilo ao qual os elementos se reduzem non pode ser “diferenciado”, carece de limite, térmo ou fim (peras) que o separe, é non-limitado ou in-finito (apeiros). A hipótese de que o fundamento tem de ser non-limitado, non finito, é a consequência directa da insatisfaçón que procura a tese de que um elemento concreto (a água, no caso de Tales) é a orixem dos restantes. De algunha maneira, trata-se do questionamento da hipótese do mestre que se pode esperar de um discípulo digno. A razón que procura precisamente um fundamento para o identificado e determinado acabaria assim por postular unha espécie de caos em que tudo se encontraria confundido. Aristóteles, que, como xá disse, é a fonte principal de informaçón sobre estes autores e um dos pensadores da história mais radicalmente opostos à afirmaçón do infinito, fará a esta tese unha crítica radical. Aristóteles concorda com Anaximandro ao defender que o infinito, ou carece de termo ou de limite, é certamente inapreenssíbel aos sentidos, mas difere deste ao sustentar que também non pode ser aprehendido polo intelecto; “infinito” é, assim, unha palabra para designar o irracional, o que non tem “logos”, isto é, razón ou conceito (ton alogon).
VÍCTOR GÓMEZ PIN