
O subtítulo do presente libro, “E a política fez o home” (tal como é), imita o título do famoso filme erótico dirixido por Roger Vadim em 1956, “E Deus Criou a Mulher”, com unha impressionante Brigitte Bardot, que na época era esposa do cineasta. Rousseau vem-nos dizer que a política compete a todos e que quase tudo vai depender directa ou indirectamente do bom governo. Isto será subscripto, sem paliativos, nada menos que por Immanuel Kant, representante máximo do Iluminismo europeio, que, nunha obra intitulada “O Conflícto das Faculdades”. dactada de 1798, nos diz o seguinte: “Os nossos políticos garantem que se debe tomar os homes tal como som e non como os sonhadores bem-intencionados imaxinam que eles devem ser, mas esse “como som” passa a significar, na realidade, o que um determinado tipo de política fez deles”. Jean-Jacques Rousseau também diz, com toda a contundência, que nenhuma voz “divina”, como, por exemplo a do Fundo Monetário Internacional, a da informaçón macroeconómica ou qualquer outra instância intanxível, pode vergar a vontade popular, pela simples razón de que “a voz do pobo é a voz de Deus”, tal como diz literalmente no seu artigo sobre economia política publicado na “Enciclopédia de Diderot. Embora, por outro lado, também diga, em “O Contracto Social”, que a democracia é um sistema demasiado excelso para os homes: “Se houbesse um povo de deuses, governar-se-ia democraticamente. Um governo tán perfeito non convém aos homes”. Porém, esse pessimismo antropolóxico non o levou a aceitar essa divisa que nos é tán familiar por se ter popularizado tanto entre os mais xovens debido à falta de horizontes e expectativas que se lhes oferecem. É preocupante que a xuventude non deixe de entoar a toda a hora: “É a vida…”, fazendo gala de um conformismo impróprio da sua idade. Pelo contrário, Rousseau achava que cada um podia contribuir para mudar as cousas e, por isso, enfatizou bastante algo tán elementar como a empatia, um factor básico para a sobrevivência da espécie, e a coesón social, magnífico antídoto contra esse individualismo competitivo que se impôs por causa de interesses ideolóxicos muito específicos.
ROBERTO R. ARAMAYO