
Na Florença do Resurximento, esperáva-se que os aspirantes aos cargos de alto funcionário fossem técnicos competentes nas “disciplinas humanas”, mais concretamente, em latím, retórica, história antiga e filosofia moral. Precisamente, Machiavelli tinha-se destacado, de entre todos os xovens da sua xeraçón, pola excelente formaçón humanista. Poucas semanas depois da sua primeira nomeaçón, também foi escolhido para secretário de outro órgan importante, os “Dez da Guerra e da Liberdade”, o comité responsábel polas relaçóns diplomáticas e dos assuntos militares de Florença. Nicolaus Machiavelli, sem ter completado os trinta anos, tornava-se, assim, ministro dos Assuntos Externos e da Defesa de unha Florença cobiçada por potências estranxeiras, e em disputa com o resto dos Estados italianos. O facto de o xovem Machiavelli acceder ao governo florentino demonstra a estreita relaçón que habia na cidade renascentista entre formaçón humanística e política, um pouco ao estilo dos tecnocratas actuais, que ocupam presidências e ministérios, na sequência da “crise” económica do dous mil oito. A notábel e nada desprezíbel diferença entre âmbos os tipos de tecnocrácia reside em que, entón, as disciplinas mais valorizadas para a vida pública, eram as Humanidades –um conceito, diga-se de passaxem, criado no Resurximento– e non a economia ou a administraçón, como acontece na actualidade. Daí que o título deste capítulo sexa “O diplomata tecnocrata”, também porque, como indica o dicionário, o tecnocrata é aquele: “estadista ou alto funcionário, que busca apenas soluçóns técnicas ou racionais para os problemas, sem levar em conta aspectos humanos e sociais”, unha questón que assenta como unha luva, tanto ao próprio Machiavelli, como à teoria que desenvolveu sobre o governo eficaz, de que falaremos depois.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO