
Má dixestao. Azia. Barriga pesada. Flactulências. E o sal de frutas, “Eno” salvador que nao aparece… Os amigos nunca estao na ocasiao certa. Estao a ouvir o Bruno de Carvalho ou a reouvir o discurso de Donald Trump, enquanto esperam que o sono os vista de pijama. Mas, quando acordam, encontram-se com muros; como o bizarro em forma de escolha democrática. Com Salazares cosméticos, que pintam a cabeça de loiro, porque nao querem que se veja que a sua cabeça, está cheia de neve. E, enquanto a Ana Moura me enchia a casa com o Fado: leva-me aos Fados, e fui acordado pelo telefone. Unha voz rouca soletreou: “Acabou de morrer o Mário Soares…” Non imaginei nada, nem visionei ou pensei, sobre a Morte maiúscula. Non entrei em Metafísicas. Mas, a poderosa máquina dos Mídias levou-me até ao Norton de Matos; até à Primeira República; até ao Humberto Delgado; até ao Palma Inácio; Salgado Zenha; Almeida Santos; Manuel Alegre; ao Colégio Moderno e a todas as casas de Mário Soares. E, todos diziam bem, e chamavam-lhe “Pai da Democracia”. Pensei: mais outro herdeiro… Mas, também apareceu o Álvaro Cunhal. E estranhei que non aparecesse um dos autores do atentado ao Salazar: o anarco-sindicalista Emídio Santana. Mas, aparecerom a Amália e o Eusébio. Depois vi passar o cortexo fúnebre com honras de Estado. Fiquei melancólico. tive a sensaçao que a minha juventude e adolescência passavam fechadas num baú. Depois vi reis e príncipes; governantes e ilustres. Poetas e burocratas. Pastores e sentinelas. Entao, pensei, foi-se o Mário Soares, o homem-político, que impactou o coraçón anónimo na varanda da Estaçao de Comboios de Santa Apolónia… O 25 de Abril foi Liberdade e também golpes de efeito maxistrais…
JOSÉ LUÍS MONTERO MONTERO