
O trabalho assalariado revela a situaçón de dependência e subordinaçón do trabalhador relativamente ao patrón. Marx, que se quer afastar de unha representaçón das relaçóns sociais como efeitos continxentes de contraposiçón de vontades, procura a sua fonte em relaçóns técnicas mais primárias e fundamentais; mais concretamente, no processo de trabalho assalariado. É intuitivo aquilo que o trabalhador produz, gastando a sua vida, passa a ser riqueza que dá vida a outro; mas, sob esta apropriaçón, por parte do patrón, do producto do seu trabalho, que é o que mais lhe dói, há outra realidade oculta que é preciso mostrar, a saber: o “producto” do seu trabalho acaba por ter unha vida própria e por confrontá-lo a partir de fora, dictando-lhe como debe viver, esixindo-lhe submissón e reverência. E essa é unha forma de alienaçón. Marx constata que a miséria económica, antropolóxica e moral do operário cresce em funçón do aumento da sua capacidade productiva; este facto paradoxal mostra que “o trabalhador é rebaixado a mercadoria” e que as mercadorias valem menos quanto mais facilmente som produzidas. É unha tese central ao seu pensamento, embora non disponha ainda da teoria para a fundamentar. Por enquanto dirá: “O operário é mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce a sua produçón em potência e em volûme. O trabalhador converte-se nunha mercadoria que é tanto mais barata quanto mais mercadoria produzir”. Intuiçón que a observaçón reforça, mas sem expressón num aparelho conceptual que nos permita pensar o xogo e a necessidade do paradoxo. Notemos a dimenssón tráxica do diagnóstico: o trabalho assalariado capitalista é assim e é-o por necessidade, non há forma de escapar à sua determinaçón, non é unha anomalia, nem unha continxência; só os sonhos utópicos permitem escapar a essa terrível realidade. O trabalhador, ao produzir, empobrece-se ontoloxicamente, torna-se mais e mais um mero trabalhador, um mero ser productivo, um mero instrumento de produçón, unha mera mercadoria que se move pelas suas próprias regras. Marx serve-se do vocabulário hegeliano, onde o “espírito subxectivo” (as ideias) sai de si e cria, produz o “espírito obxectivo” (os productos). A esse primeiro momento seguia-se o da reapropriaçón na forma de ideias renovadas que enriqueciam a subxectividade e, assim, avançava a história para a reconciliaçón final, para a libertaçón. É a imaxem do trabalho artesanal que proxecta na sua obra a sua sensibilidade, a sua imaxinaçón, o seu saber e, através dela, renova e aperfeiçoa as suas ideias e as suas criaçóns. Mas no trabalho assalariado é diferente. Neste caso, a produçón expressa unha situaçón tráxica, unha definitiva e irreverssíbel perda de si do trabalhador. Rompido o circuito dialéctico, pois à obxectivaçón non se segue a reapropriaçón, o processo torna-se negaçón de si do trabalhador. E non só porque o produzido non é para ele (empobrecimento económico), mas porque essa riqueza, exterior e alheia, acaba ditando-lhe leis, regulando a sua vida (empobrecimento ontolóxico). Hoxe costumamos dizer que “os mercados dominam a política”, dominam as nossas vidas, que nos devemos submeter a índices e gráficos.
JOSÉ MANUEL BERMUDO