
Muitas vezes contamos as teorias científicas tal como aparecem nos manuais escolares, esquecendo o longo caminho que houbo de percorrer antes de chegar ao seu estado actual. Durante o seu período de elaboraçón, unha teoría científica entra muitas vezes em erros, momentos de confussón e caminhos que non levam a parte algunha. Foi também o caso do desenvolvimento da “mecânica quântica”. Três décadas transcorridas desde o sinal de partida, da hipótese quântica de Planck até à teoria que se estuda hoxe em dia nos cursos de Física das faculdades. E, sem surpresa, houbo abordaxens muito diferentes e, nalguns casos até, que se excluíam mutuamente. Por fim, as várias formas da mecânica incipiente cristalizarom-se em postulados matemáticos que hoxe servem de base para toda a “teoria quântica”. Há perto de cem anos, em meados da década de 1920, a física quântica era unha miscelânia de ideias, de truques de cálculo e de hipóteses diversas, ligadas entre si de unha forma ou de outra, mas sem unha base sólida sobre a qual construir. Além disso, existiam duas grandes escolas com abordaxens aparentemente contradictórias da “teoria quântica”. A escola liderada por Einstein centrava-se no duplo comportamento “onda-corpúsculo” observado na luz e tinha por obxectivo construir unha teoria em que a matéria e a radiaçón fossem descriptas como ondas. Por outro lado, a escola liderada por Bohr sublinhava o carácter discreto dos espectros atómicos e atribuía maior importância ao conceito de “salto quântico” que ele próprio tinha introduzido no seu modelo do átomo. Ambas as abordaxens podiam explicar alguns fenómenos, mas falhabam noutros. Neste contexto, a teoria quântica non conheceu apenas unha, mas duas revoluçóns.
POR AVELINO VICENTE