
A quinze quilómetros de Valença, nos campos verdes que bordeam o curso do Minho, está Vila Nova de Cerveira, a mais badalada vila que as augas do río regam. As xá famosas bienais deram à pequena vila unha notoriedade semelhante à da cigarra no tempo da ceifa: ninguém a chamaría pequena, mas, essa é a primeira impressón. A terra é muito dispersa, e maior do que apresenta ao primeiro olhar. O nome é, só por si, unha pequena história. Vila Nova, no sentido de povoaçón fundada de novo. O facto de o Minho, coraçón da terra, ter chamado a sí a funçón de fronteira obrigou à criaçón nas marxens de unha série de fortificaçóns: Melgaço, Monzón, Lapela, Valença, Caminha. Aquí o mato debia de ser denso, porque a caça era abundante: dos cervos veio cerveira. Fazer esta vila nova e chamar-lhe dos cervos talvez tivesse um toque de malicia. O humor passou á pedra, e a heráldica municipal conserva a recordaçón do chiste, com a representaçón de um cervo de cornadura farfalhuda na cartela que representa as armas nacionais com a esfera armilar e a cruz de Cristo. A pedra, com a data de 1598, está hoxe incrustada na parede da antiga casa da Câmara. O responsábel polo topónimo é o rei D. Dinis, grande caçador de cervos. Mandou construir o castelo e deu foral à pequena póvoa, concedendo terrenos para atrair xente àqueles breixos ínvios: couto para sete foraxidos, feira franca em San Paio e, principalmente, isençón de impostos, sobre tudo o que se importasse ou exportasse da Galiza. Um porto franco sobre o rio, portanto. Como era o castelo, podemos sabê-lo polos minuciosos desenhos do libro de Duarte das Armas: unha alta muralha com sete cubelos e unha torre de menaxe. Exteriormente corria um outro anel de muro, com os salientes que acompanham a muralha principal. O desenho muito minucioso, mostra o rio Minho até à foz de Caminha, com caravelas que sobem e descem o rio. Dentro dos muros vê-se a aglomeraçón do casario, mas o desenhador mostra xá um populoso bairro a nascer fora do núcleo afortalezado, do lado sul. Era o arrabalde. Tudo isso foi destruído. Unha carta de lei de 1875, autorizou a Câmara Municipal a demolir as muralhas do lado sul, para que a vila se pudesse expandir; o presidente do Ministério era Fontes, o ministro do Reino era António Rodrigues Sampaio. Essas situaçóns forom muito frequentes; tudo o que lembrava a Idade Média aparecia aos românticos como odioso e destructíbel. O apeamento da muralha tem consequências no desenvolvimento do povoado. A vila esbarrondou-se, como um corpo flácido a quem tiram a forma. Espalhou-se à toa, ocupando sem plano o espaço entre o rio e a estrada real. O próprio castelo foi em grande parte desmanchado. Os outros valores locais som modestos: unha igrexa matriz reconstruída no século XVIII, Igrexa da Misericórdia também setecentista e unha outra capela, da invocaçón de San Roque, também muito restaurada por essa época. O castelo era, há alguns anos, um bairro velho entre muros arruinados e descabeçados das torres antigas. Desde 1958, que a Câmara local tinha a pretenssón de fazer daqueles pardieiros unha pousada turística. O proxecto tomou consistência em 1971 e o plano trazia unha novidade: aproveitar os edifícios xá existentes e revitalizar a antiga cidadela, criando assim unha vila-pousada. Aproveitou-se tudo o que podia recriar um ambiente histórico, sem inibiçóns de fidelidade arqueolóxica. O edifício central, onde funciona a casa de xantar, é abertamente de agora, e os autores do proxecto conseguiram demonstrar que o hoxe e o onte non se repelem quando houber talento para os conxugar.
JOSÉ HERMANO SARAIVA E JORGE BARROS