
O texto deixa claro que o seu olhar é tán político como filosófico. De facto, o assunto dá o título ao libro em que aparece e que contém textos políticos de natureza diversa: a universalidade da educaçón, a emancipaçón da mulher, o socialismo… A moral sexual puritano-cristán foi, ainda com mais intensidade, obxecto dos seus ataques. O seu libro mais conhecido e escandaloso é “Casamento e Moral” (1929), influenciádo polas descobertas etnográficas de Malinowski nas ilhas Trobriand e as de Margaret Mead em Samoa, onde imperavam costûmes sexuais libres da repressón das sociedades occidentais. Neste libro, Russell defende que o que xustifica o casamento é o convénio para a criaçón e a educaçón dos filhos. Opôn-se à concepçón pauliana-cristán de que sexa um remédio para a concupiscência, ou um mal menor. Claro que também pode ser o lugar de um casal afectuoso que mantenha relaçóns amorosas e sexuais mutuamente satisfactórias e enriquecedoras, mas isso non obriga, defende Russell, a tornar o casamento unha forma de repressón dos cônxuges. Russell acha que nenhuma proibiçón debe impedir os casais de manterem relaçóns abertas. Na verdade, afirma que o casamento é o resultado de um cálculo quanto à felicidade das partes, xuntas ou separadas. A educaçón sexual non repressiva da xuventude constitui outro dos temas centrais do libro, em que lança um manifesto a favor do amor libre, anunciando com várias décadas de antecedência o que viria a ser a revoluçón sexual dos anos sessenta. Custou-lhe a sua segunda expulsón da universidade, quando, como xá vimos, um grupo de náis católicas se opúxo à sua contrataçón pola CCNY (City College of New York). Muito do que Russell descreve baseia-se no que se vivia à sua volta, sobretudo nos grupos culturalmente sofisticados da burguesia londrina. Em todas as biografias dos membros do grupo de Bloomsbury se destacam comportamentos de casal que correspondem aos costûmes sobre os quais Russell escrebe. No entanto, era preciso ser muito coraxoso para dizer em voz alta o que a moral hipócrita do tempo ocultava sob unha vida dupla, muito característica das sociedades sexualmente repressivas.
FERNANDO BRONCANO