
O “Demiurgo”, nascido de Sophia Axamoth, criou o mundo, separando o principio “psyquico” do “hylico”, confundidos antes no caos, e estabeleceu seis esferas ou rexións, gobernadas por sendos espíritos. Criou depois ao home, a quem Sophia comunicou um raio de divina luz, que o fixo superior ao Demiurgo. Ciumento este, prohibíu-lhe tocar a árbore da ciência, e como o home infrinxíu o preceito, foi arroxádo a um mundo inferior, e quedou suxeito ao princípio “hylico” e a todas as impurezas da carne. Dividíu Valentino aos mortais em “pneumáticos”, “psyquicos” e “hylicos”. A redençón dos primeiros verifica-se pola unión com el “Christos”. Non há para que insistir no “doketismo” que Valentino aplicou à narraçón evanxélica, nem na maneira como explicaba a unión dos seus três principios em Xesucristo. No esencial non difére dos outros “gnósticos”. Para os “hylicos” non admitía rescate; os “psyquicos” salvam-se polos méritos da crucificaçón padecida polo home Xesús, depois que se apartou dele o “Pneuma” e o “Christos”. O sistema termina com a acostumada “palingenesia” a volta dos espíritos a onde directa ou indirectamente tinham emanado. Nesta teoría, o principio do mal aparece muito pouco. É puramente negativo: redúcese às “trebas”, ao “vacio”, e a essa matéria inerte e confusa de que é artífice o Demiurgo. O despreço da matéria chega ao seu cûme nas seitas gnósticas, e de ahí essa interminábel série de “eóns” ou intelixências secundárias, até chegar a unha que dexenére e participe do elemento “hylico” e poida por tanto, empreender esa desditada obra da criaçón, indígna de que o “pai ignoto” nem as suas primeiras emanaçóns ponham nela as máns. A criaçón, afirmabam com frase poética, ainda que absurda, os valentinianos, é “unha nódoa nas vestiduras” de Deus. E non reparabam na inutilidade desses “eóns”, posto que, sendo atributos de Deus, ou, como eles afirmabam, “Deus mesmo”, tán difícil era para Sophia ou para o “Pneuma” contactar com a matéria, como para Bythos ou para Logos. ¡A tais absurdos e contradiçóns arrasta a afirmaçón da eternidade e independência da matéria, e a rechazar a criaçón “ex nihilo! O valentinianismo tivo inumerábeis discípulos em todo o mundo romano, mas logo se dividirom, formando seitas parciais, subdivididas até ao infinito. Cada gnóstico ou “pneumático” acreditou-se na possesón da ciência suprema, com o mesmo direito que os seus irmáns, e, como carácter da herexía, o variar de dogmas a cada passo, surxírom escolas novas e misteriosas asociaçóns. Nem Epifanio, nem Marco, nem Heracleon seguirom fielmente os passos de Valentino.
MARCELINO MENENDEZ PELAYO