
Por volta de 1130, escrebeu a sua autobiografia, “Historia calamitatum”, um documento dramático e veraz que, pola sua qualidade literária e polo seu cunho pessoal, foi por vezes comparado às “Confissóns” de Santo Agostinho e às de Rousseau. Resumamos brevemente os principais dados da sua biografia. De família pertencente à pequena nobreza, nasceu num castelo da Bretanha non lonxe de Poitiers, por volta de 1090, estuda com Roscelino de Compiègne, considerado por alguns o primeiro nominalista medieval (voltaremos mais adiante a este tema). Em 1100, chega a Paris, onde aprende lóxica com Guilherme de Champeaux, que mantinha unha posiçón oposta acerca dos universais ao defender sobre eles unha interpretaçón realista. Dous anos depois, começa a sua etapa como professor; estabelece-se em diferêntes cidades, como Melun ou Corbeil, e finalmente na escola catedralícia de Notre-Dame de Paris. Desexoso de melhorar a sua formaçón para competir melhor nos debates das escolas, em 1113 começa a estudar teoloxía com Anselmo de Laon. Rapidamente se sentiu defraudado com este ensino. No seu característico estilo polémico, a crítica que faz dele na sua autobiografía é demolidora: “Devia Anselmo de Laon a sua reputaçón mais à rotina do que à intelixência ou à memória. Quando se o consultaba acerca de unha questón duvidosa, regressava-se de lá ainda com mais dúvidas. Era admirábel, certamente, perante um auditório mudo, mas mostrava-se nulo quando era interrogado. Tinha unha grande facilidade de palabra, mas pouca profundidade e nenhuma lóxica. O fogo que nele ardia enchia a sua casa de fumo sem proporcionar luz algunha.”
ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA