
Gramsci distinge “guerra de movimentos” de “guerra de posiçóns”. A guerra nem sempre é unha confrontaçón aberta. Antes se produz unha “guerra de posiçóns”. Vám-se tomando posiçóns na sociedade, e determina-se assim quantas pessoas ván estar a nosso favor. A “guerra de posiçóns” é, antes de mais, unha batalha incansábel por assegurar o controlo hexemónico. Todas as forças em contenda lutam, como vimos, por fazer passar os seus interesses próprios polos da sociedade no seu conxunto. Disputa-se, em última análise, o direito a “representar” a vontade xeral. E esta é unha batalha pelo sentido, unha batalha cultural e ideolóxica, na qual están em litíxio ideias, conceitos e às vezes, simplesmente, termos que exercem unha seduçón quase máxica ou mitolóxica. Nesta batalha, predominou muito a interpretaçón de dous autores gramscianos e “schmittianos de esquerda” bastante importântes actualmente: Ernesto Laclau –autor de “A Razón Populista”– e Chantal Mouffe. É um problema que Ernesto Laclau e Chantal Mouffe pensaram primeiro relativamente à América Latina e ao populismo, mas que depois aplicarom a questóns de actualidade europeia recente, como o auge do populismo de direita em França ou o do populismo de esquerda em Espanha ou na Grécia. Em Espanha, este assunto sentiu-se desde que o Podemos e o Ciudadanos irromperom no espaço político do xogo eleitoral. Em grande medida, lutarom por palabras, por atribuir um novo significado aos termos do senso comum, por se apropriar do seu significado e, inclusive, do seu significante. Quem pode fazer sua a palabra “pátria”, por exemplo? Quem é um patriota? Quem leva unha bandeira do seu país na trela do seu cán, quem tem unha conta na Suíça, quem declara os seus impostos, quem defende um ensino público para o seu país? A estratéxia eleitoral do Podemos (ou do Syriza na Grécia) nunca escondeu ser inteiramente gramsciana. Soube muito bem desde o princípio que tudo dependia de atribuir um novo significado às palabras “democracia”, “pátria”, “casta”, “xente”, “povo”, “crise”, “corrupçón”, “mercado”, “progresso”, palabras que, em princípio, todos têm de utilizar para se moverem no tabuleiro de xogo, mas com as quais, em funçón daquilo que se faga com elas, se consegue conformar o senso comum num sentido ou noutro.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA