
DELICADO, Francisco (Córdoba ?, c. 1480-d. de 1533). Novelista, editor e médico. Estudou com Nebrija mas, dada a sua condiçón de converso, tivo que deixar o país em 1492. Morou em Roma desde essa data até 1528, onde escrebeu a novela “Retrato de la lozana andaluza en lengua española muy clarísima” (Venecia, 1528), que publicou sem o seu nome. A obra é um ataque dialogado dos vícios da Roma renascentista. Nela utiliza o mesmo âmbiente que o Aretino nos seus “Ragionamenti” (1534-1536). Na obra aprecía-se multitude de palabras de orixe romano e algunhas do dialecto de Jaén. Depois da morte de seu pai, a exuberante andaluza Aldonza, viáxa por toda a Península acompanhada pola sua nái. Ao morrer esta, volta a Sevilha para viver com a sua tía. Alí conhece a um xovem mercader xenovés e escapa com el para Cádiz. O pai do xovem pensa que ela é unha caza-fortunas e ordena aos seus servidores que a matem. Aldonza logra escapar e vai para Roma, onde tem lugar a maior parte da obra. O seu ascenso à riqueza e à vida social, está narrado desde unha perspectiva cheia de ironía, cargada de descripçóns e detalhes. Como outras heroínas da picaresca, aprende a medida que adquire experiência e dá-se conta que os trucos e os enganos som armas indispensábeis para medrar. Ó final, retíra-se para a ilha de Lipari, com o seu servinte Rampín e com todas as suas riquezas. A influênça de “La Celestina”, que Delicado editou em Venecia (1531), resulta evidente. Delicado escrebeu também dous tratados de medicina: “De consolatione infirmorum” (Roma, 1525), hoxe perdido, e “El modo de adoperare el legno de India occidentale” (Roma, 1525, conhecido a través da ed. de Venecia de 1529). Também se perdeu o “Spechio vulgare per li sacerdoti che administranno li sacramenti in ciaschedune parrochia” (Roma, 1526?). Editou o “Amadís de Gaula” (Venecia, 1533) e “Los tres libros del caballero Primaleón y Polendos su hermano” (Venecia, 1534), que forma parte do ciclo de Palmerín.
OXFORD