
“Quando Deus criou a Arxentina, os demais países forom protestar, porque Deus lhe tinha dado tudo para ela. Tinha um enorme território, tinha todos os climas, grandes extenssóns de terra cultivada e gando que pastaba libre polas pâmpas. Entón, Deus respondeu, non vos alarmeis, porque a vou encher de italianos e galegos.

Um território de imensos desertos, que eram percorridos por selváxens nómadas. Nos quais non habia essas grandes civilizaçóns indíxenas de México, Guatemala ou Pirú. Nos tempos passados, os gobernantes abrirom o país para unha inmigraçón massiva de países europeus pobres. De tudo isto resultou um país practicamente sem negros, nem indios e sem campesinos apenas. Non obstânte estaba dotado de, um forte proletariádo urbano, e unha clásse média puxante e decissíva. Isto resultou nunha grande naçón, diferênte do resto da Hispanidade. Multidóns de xentes, corridas pola miséria e espoleádos pola esperânça de fazer fortuna. Abandonarom as suas aldeias da França, Alemanha, Itália, Espanha, Polónia, Roménia, Grécia, Croácia, para aventurar-se por estas barrentas praias do Rio de la Plata.

Grande parte deles encontrarom outros tipos de desditas, assombrados pola solidón e pola saudade, as recordaçóns de outras paisáxes, seguíam aí nas suas mentes, ainda non deixádas definitivamente para trás. Ernesto Sábato, nunha visita à cidade de Buenos Aires, afirmaba que resulta fácil para um extranxeiro reconhecer um brasileiro ou um mexicano. Mas, ¿que é um arxentino? ¿Este home que se nos apresenta, baixo o nome de Silverstein Mastronicola, González, Aridis, Kamadigian ou Schiler? Que veste como um europeio, cuxa sangue non é india, nem negra, cuxa cultura é a ciência, a filosofia, a arte e a literatura da Europa. ¿Será que non temos carácter próprio? ¿Seremos unha cinzenta e indefinida producçón da inmigraçón?

Buenos Aires, com todas as suas espectacularidades copiádas e todas as suas singularidades orixinais. Esta cidade que foi dedicada a unha santa, que forneceu ventos favorábeis para os navegantes, buscadores de fortunas. Unha cidade moderna, poucas medrárom como ela, demasiáda xente xunta, non podía dar bom resultado. O tráfico resulta pavoroso, e a cidade cresce de costas viradas para o rio, “La Costanera” Sul e Norte, está bordeáda de restaurantes e assadores e sítios abertos para tomar o Sol.

Um “porteño” é um italiano que fala castelhano com talento, comporta–se como se fora um francês e quase-secretamente gostaría de ser um inglês. A realidade resulta tal como é, a vida com os seus explendores e os seus brilhos, mas, também com as suas misérias. O “Tango”, como himno nacional e Gardel como rei do universo. Aínda que eu, teimoso como som às vezes, sigo pensando que o “Tango”, non é mais que um fado dançado, com intençóns lividinosas. Para finiquitar esta disertaçón sobre terras da Arxentina, nada melhor que um bom petisco no bairro de “La Recoleta”, com vistas para um camposanto, e como um bom arxentino, amar a vida e ter unha presuntuosa vocaçón pola boa morte.

LÉRIA CULTURAL