
Para isso era preciso, como vimos anteriormente, expropriar a populaçón indíxena das suas condiçóns de existência, separar os artesáns e os camponeses independentes dos seus meios de produçón. A Coroa inglesa non decidiu, portanto, funcionar como um microcapataz foucaultiano; à sua maneira, decidiu simplesmente “queimar os bananais”, destruir as condiçóns de existência da populaçón, desencaixar as peças dos seus modos de produçón e provocar unha “fame artificial” para o conxunto da populaçón. O proletariado do senhor Peel surxiria do exército de mendigos xerado por esta intervençón pontual e inusitadamente violenta, que teria criado para a história unha “estructura” capaz de xerar o “efeito-operário”. O senhor Peel tinha tentado transportar unha estructura transportando os seus elementos. E a estructura, loxicamente, non os tinha acompanhado. É por isso que se pode afirmar, como fai Marx, que Peel tinha exportado todos os elementos da produçón capitalista e esquecera-se, precisamente, “do capital”. Há um famoso texto de Marx que o expressa muito graficamente: “Um negro é um negro, apenas sob determinadas condiçóns se transforma em escravo; unha máquina de fiar algodón é unha máquina de fiar algodón, apenas sob determinadas condiçóns se transforma em capital”. Os operários som operários em determinadas condiçóns estructurais. Se estas faltam, deixam de o ser como por maxia. Sem se aperceber disso, a economia política e o conxunto da clásse política inglesa estavam, assim, “a recordar” os procedimentos polos quais se tinha constituído o próprio proletariado britânico. Marx, no penúltimo capítulo do Libro I, “A chamada acumulaçón orixinária”, fai a esse respeito um “esboço histórico” incríbel. Os romances de Dickens podem valer-nos também de unha ilustraçón muito exacta. O capitalismo em Inglaterra, também se tinha erguido sobre unha imensa fame criada na ponta da baioneta. O proletariado inglês surxíu de unha interminábel multidón de mendigos. Era preciso, sim, “recordá-la”… Forom dous séculos de expropriaçóns na ponta da baioneta que esvaziarom o campo britânico e escocês de camponeses. No referido capítulo, Marx faz um relato aterrador desta história pola qual em Inglaterra se fez, no seu momento, exactamente o mesmo que vimos fazer nas colónias: criar unha fame artificial para o conxunto da populaçón, de modo a que as pessoas, finalmente, se vissem levadas a acorrer ao mercado de trabalho.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA