
A sua filosofia, no entanto, haberia de continuar viva graças à memória dos seus discípulos. Um ano antes da morte do mestre, em 269, Amélio começava a explicar a doutrina plotiniana na sua escola de Apameia (Síria) acabada de abrir. Trinta e um anos mais tarde, depois do que foi, seguramente, o esforço condensado de unha vida, Porfírio cumpriu a sua promessa e publicou perfeitamente editadas e ordenadas, as obras completas de Plotino, às quais deu o título hoxe célebre de “Enéadas”. O próprio Porfírio transcreve um oráculo de Apolo (o mesmo Deus que, segundo conta Platón, afirmou que Sócrates era o home mais sábio da terra) que, à pergunta de Amélio sobre onde tinha ido parar a alma de Plotino, entoou o seguinte canto em sua honra: “Oh Daimon, outrora home! Agora, por outro lado, chegas ao destino mais divinal próprio de um Daimon, unha vez que soltaste as amarras da humana necessidade e bracexaste pressuroso, com esforçado peito, do estrondoso fragor dos teus membros à beira de unha non líquida costa, lonxe do povoado de impios, até ter pé na bem arqueada senda da alma pura, onde brilha em redor o esplendor divino (…). Muitas vezes, quando os raios da tua mente propendiam por próprio impulso a marchar por oblíquas veredas, os imortais vos endireitaram pelo caminho recto, erguendo-os ao alto das esferas e da sua imortal senda, proporcionando aos teus olhos um espesso feixe de luz para (que) pudessem ver, afastando-se da obscura treva. (…) Mas agora que desmontaste a tua tenda e abandonaste a tumba da tua alma daimónica, marchas xá em prol da assembleia dos Daimones, refrescada por auras deleitosas. (…) Além mora (…) a Sacra Força de Platón, além Pitágoras, o belo, além quantos formaram o coro do imortal Amor, quantos partilham em comum a linhaxem dos Daimones beatíssimos. (…) Ditoso tu que, tendo superado tantíssimas probas, corres em prol dos santos Daimones armado de puxante vida!”
ANTONIO DOPAZO GALLEGO