
Durante os seus anos na Universidade de Jena, a actividade intelectual de Hegel é febril e engloba diversos domínios, como indica o título de alguns dos seus artígos: “Acerca das maneiras de tratar cientificamente o direito natural”, “Fé e Ciência”, “Sistema da moral social”. A isto é preciso acrescentar as aulas que dá na sua qualidade de professor adxunto até à sua nomeaçón como professor “extraordinário” (ou sexa, non titular) em 1805, e que seriam publicadas muito mais tarde, em Leipzig, sob o título “Liçóns de Jena”. Mas o fundamental do trabalho de Hegel neste período é a “Fenomenoloxía do Espírito”, cuxa redaçón final está envolta em lenda, pois abarca unha circunstância histórica sobre a qual se especulou bastânte e na qual é preciso deter-se. No verán de 1806, a Europa vive unha relativa paz em consequência do triunfo de Napoleón no continente e da desmoralizaçón de um Reino Unido arruinado, que procura um compromisso mais ou menos honrado com a França. Napoleón pôm em marcha unha restauraçón do Sacro Império confederado do Reno com governantes favorábeis à França. Esse proxecto inquieta Frederico Guilherme III da Prússia. Sob o impulso deste, unha grande coligaçón, que acaba por integrar o próprio Reino Unido, desafia Napoleón, que a quatro de Outubro recebe um ultimato ao qual reáxe instruindo as suas tropas. La Grande Armée napoleónica invade a Prússia, que oferece unha séria resistência. A batalha decisiva terá lugar em Jena, a 14 de Outubro de 1806, embora as tropas prussianas xá tivessem abandonado a cidade. O próprio Napoleón coordena, no terreno, os preparativos, na noite de 13 para 14. A ordem de combate é proferida às seis da manhám. Resultado dessa confrontaçón decisiva é que dias mais tarde, a 27 de Outubro, Napoleón entra em Berlim.
VÍCTOR GÓMEZ PIN