
Montaigne percebe, da posiçón de Plutarco, xustamente este aspecto: o cepticismo non é aquilo que arrisca a perda de si próprio, mas é antes unha disposiçón do espírito que desexa permanecer isento do erro e se recusa a deixar-se guiar acriticamente polas sensaçóns e polos preconceitos, e concebe um proxecto de educaçón permanente da mente. O pecado orixinal da filosofia consiste em non ver o ponto intermédio, nem um nem outro extremo da articulaçón entre demasiado e pouco, comprido e curto, leve e pesado, próximo e distante, xá que “non reconhece o início, nem o final (…) esta xulga com muita insegurança qual é o ponto do meio”. Perante a razón “suicida”, Montaigne prefere a “razón-peneira”, o crivo crítico. A marchetaria do cepticismo montaigniano ( cuxa complexidade se vincula à rede de fontes: Sócrates, Sexto Empírico, Juan Francisco Pico de la Mirandola para a recuperaçón das teses de Sexto Empírico, mas também do Pseudo Dionísio e Nicolau de Cusa, para a crítica ao saber humano), mais devedor de Plutarco do que do “tour d’escrime”, do duelo dos cépticos (incluindo Pirro) que pressupôn o risco da autodestruiçón, enriquece-se com outras contribuiçóns que chegam a Montaigne precisamente através de Nicolau de Cusa e do Pseudo Dionísio. Mas o caminho de Plutarco em direcçón ao cepticismo mostra-se decisivo, cada vez mais decisivo aos olhos de Montaigne. Em Plutarco, Montaigne podia, por outro lado, encontrar a soluçón para a crítica do “desengagement” (non compromisso) dirixida contra o cepticismo, ideia que, de algunha forma, seguramente o perturbava e que, por isso, tenta libertar o próprio Pirro dessa acusaçón. Pirro non é, segundo o estereótipo doxográfico, quem, descurando a cidade e os homes, corre contra as carruaxes e cai porque tropeça com as pedras. O Pirro de Montaigne, non quer viver despreocupado do mundo, mas antes viver como um home entre os homes. Xustamente em Plutarco, Montaigne podia encontrar o argumento contra a tese da incompatibilidade entre suspensón do xuízo e acçón. O “espantalho” da inaçón era axitado polos adversários dos cépticos, como unha Medusa petrificante.
NICOLA PANICHI