
Em segundo lugar, Hume visa estabelecer que a moral non deriva da relixión. A ideia de que a moral deriva da relixión tem orixem nunha concepçón de Deus como lexislador, que estabeleceu um conxunto de normas a que temos de obedecer e a que están associadas castigos e recompensas depois da morte. O seu desenvolvimento deu orixe à “teoria dos mandamentos divinos” que, no essêncial, consiste na afirmaçón de que aquilo que está moralmente certo e errado depende da vontade divina. As críticas a esta teoria som antigas, mas, como som filosóficas e abstractas, a teoria sobreviveu na relixión e no imaxinário popular. Hume non foi o primeiro a perceber a relaçón directa entre a relixión e os conflictos sociais, ou a responsabilidade do clero nesses conflictos –unha constataçón óbvia para quem conhecesse um mínimo da história da Inglaterra e da Europa nos séculos imediatamente anteriores– , nem a notar a dependência da moral tradicional da crença em Deus. Mas parece ter sido dos primeiros a perceber que a associaçón da moral com essa crença, em vez de potenciar a felicidade humana –ainda que noutra vida– , constituía um abstáculo a essa felicidade, que era mais bem promovida polas inclinaçóns naturais dos homens. Isso levou-o a opor-se fortemente a essa doutrina, tanto mais que o exame crítico das probas tradicionais da existência de Deus mostrou que non é possíbel, com base na experiência, provar que a causa do universo tem as propriedades intelectuais e morais que os teístas lhe atribuiem nem, por conseguinte, derivar do nosso conhecimento da Divindade (porque non há qualquer conhecimento da Divindade) quaisquer noçóns morais.
DAVID HUME