
Enquanto cópia, os obxectos particulares do mundo da experiência, non som propriamente reais, nem o mero non-ser o é, mas encontram-se a meio caminho entre um e outro em virtude, precisamente, dessa participaçón no ser. No entanto, nem todas as Formas som iguais. À medida que Platón foi desenvolvendo o seu pensamento, introduzíu um tipo de hierarquia entre elas, decerto como resultado das deficiências que o próprio filósofo ou outros detectaram na sua formulaçón inicial. Assim, acima das múltiplas Formas individuais impôn-se unha única Forma, com um “status” ontolóxico privilexiádo, a “Forma do Bem” ou da “Beleza”, que áxe como princípio unificador de todas as Formas e, em certo sentido, como “causa” e orixem das restântes (a Forma resplandecente do Bem é como o Sol que “ilumina” as demais Formas): “Fica sabendo que o que transmite a verdade aos obxectos cognoscíveis e dá ao suxeito que conhece esse poder, é a ideia do bem. Entende que é ela a causa do saber e da verdade. (…) Logo, para os obxectos do conhecimento, dirás que non só a possibilidade de serem conhecidos lhes é proporcionada polo bem, como também é por ele que o “Ser” e a “essência” lhe som adicionados, apesar de o bem non ser unha essência, mas estar acima e para além da essência, pola sua dignidade e poder”. Passemos a ver porque é que Platón a propôs como soluçón para a dictomia entre o “Uno e o múltiplo”, que assolaba a filosofia grega. Xá vimos como o pensamento parecia esixir que o real fosse único e inmutábel: se algo é a xustiça, é-o aqui e na Cochinchina, agora, ontem e daqui a duzentos anos, e a mesa non é hoxe a superfície sobre a qual nos apoiamos ao comer e amanhá o obxecto pontiagudo com o qual espetamos a carne. Unha mesa é unha mesa e ponto final. Pois bem, as Formas, pola sua própria definiçón, som inmutáveis e únicas, polo que satisfazem ambos os requisitos, convertendo-se assim nos componentes do real. Simultaneamente, som únicas mas múltiplas, isto é, há inúmeras Formas mas há apenas unha “Forma de Mesa”. Quanto ao mundo da nossa experiência, nele há unha multiplicidade de obxectos que som cópias de unha única Forma (cada um da sua), suxeitas à mutabilidade e ao devir por non serem plenamente reais, mas apenas cópias imperfeitas do real. Unidade, multiplicidade, inmutabilidade, devir… Tudo explicado! ¿Ou non?
E. A. DAL MASCHIO