
“Mais triste que as lágrimas de Simónides”: esta expressón proverbial reflexa a celebridade das endeichas de Simónides (thrénoi) e o poder dos seus “pathos”. Dionisio de Halicarnaso cita um fragmento de vintiseis versos que descrebe a Dánae abandonada com o seu filho pequeno Perseo. Dionisio admira a fluidez e unidade dos ritmos, mas o pasaxe é igualmente notábel polos seus contraste entre o mar selváxem e escuro e o neno dormido, e entre o escenário elaboradamente descrito e a sinxeleza das palabras iniciais de Dánae: “Oh, filho meu, que pena tenho; mas tú dormes, menino de peito, querido, dormitas…” (…) Foi esta habilidade para apresentar situaçóns humanas básicas afectando sinxeléza, mas com a proporçón xusta de detalhe poético, o que lhe valeu a Simónides o seu grande predicamento como escritor de epigramas funerários. Com Simónides, o epinicio, ou oda à victória, é reconhecido como forma literária completa, coincidindo com a crescente importância das competiçóns atléticas do século VI. Dos epinicios de Simónides, non obstânte, só se conservam uns retazos diminutos (incluíndo os axádos de papiros recentes). (…) Simónides também compuxo poemas corais sobre temas históricos relacionados com as Guerras Médicas, como a “Batalha de Artemision”, a “Batalha de Salamina” e a “Endeixa polos caídos das Termópilas”. (…) Os fragmentos existentes revelam um rico repertório de temas míticos, que ván das lendas heroicas familiares, como as dos “Argonautas”, “Teseo”, ao fantástico: “Talos guardando Creta” ou “as filhas de “Anio”, que mudam tudo o que tocam em vinho, azeitonas e grán. (…) Conservam-se alguns versos explêndidos que descrebem os páxaros e os peixes que seguem a Orfeo quando canta, e um estremecedor pasáxe dactílico pronunciádo por unha mulher abandonada, como Dánae: “o ruxído do mar ascendente rompendo por todas partes me sobrecolhe”. Ainda que Simónides usa adxectivos compostos e epítectos decorativos e coloristas que caracterizam a poesía lírica arcaica final, resulta igualmente notábel pola sua moderacón e equilibrio. Os críticos da Antiguidade admirabam a sua “suavidade e elegância”, e a sua “composiçón suave e decorativa”. Ao lado dos detalhes sensuais de pasáxes como: “Andurinha azul escuro, gloriosa mensaxeira da primavera de suave perfume”, ou a decripçón dos “dias tranquilos”, mantém-se o austero estilo gnómico da oda sobre os mortos das Termópilas, com a sua sucesón de breves cláusulas antitécticas e pesados nomes, a sua parquedade adxectival e a sua quase total ausência de linguáxe figurativa. O fragmento pode ilustrar a alabanza de Dionisio a Simónides pola sua “eleiçón de palabras e a sua exactitude para combinálas”: “Sendo humano, non digas nunca o que vai passar manhán, nem, se vés feliz a um home, quanto tempo lhe durará a fortuna. Porque nem sequer o movimento da mosca de finas asas é mais rápido que o mudar dos mortais”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)