
Imaxinemos alguém que está a trepar pola vertente escarpada e angulosa de unha montanha hostil, muito exposta à força dos ventos e às demais inclemências do tempo. As suas máns, xá cobertas de cortes e feridas, aferram-se às rochas ásperas das quais desconhece a estabilidade e fixaçón. Os seus pés, castigados polas bolhas, procuram às apalpadelas pontos de apoio seguros. A visibilidade do castigado trepador está muito limitada pola bruma. E quando, por fim, consegue superar a imponente vertente e alcançar um lugar estábel e cómodo onde lhe é possíbel recuperar o fôlego, descobre, desanimado, que non há no planalto qualquer caminho sinalizado, que quase non conta com orientaçón fiábel para avançar para algum lado, e comprehende que, muito mais esgotante do que o esforço físico, e mais ainda do que o medo, é avançar sem ter a certeza de para onde vai, temendo a cada passo descubrir que é necessário fazer todo o caminho de volta até ao ponto de partida. É assim que unha pessoa se sente na primeira leitura da “Crítica da Razón Pura”. As tentaçóns de abandonar som frequentes, proliferam as dúvidas de que se xustifique perseverar no esforço. Há diversos pântanos que temos de contornar para non nos afundarmos, muitas escarpas das quais a vertixem e o esgotamento impedem que nos assomemos. De cada lado se vêm trilhos demasiado estreitos polos quais non podemos enveredar e, por mais unha vez, temos de passar por silvas que nos desgarram. Mas se por convicçón ou por brio se continua, apesar de tudo, a subir as encostas quando xá o ânimo fraquexa, acabamos por chegar a unha estreita colina pola qual se passa para outro espaço: o ar e o céu som especiais, mais intensos e densos, donde se avista um vale imenso de orografia singular, de vexetaçón mais rala, de arbustos retorcidos e onde apenas campeiam os pinheiros negros e os abetos mais resistentes. Passou-se da filosofia clássica à filosofia moderna e o regresso deixou de ser possíbel.
JOAN SOLÉ