
CULTERANISMO. Termo orixinalmente peiorativo (pola sua similitude com “luteranismo”) acunhado a principios do século XVII, para descreber um estilo de extrema artificialidade, tinxído de cultismos e de associaçóns com a mitoloxía, a sintáse e o vocabulário do mundo clássico. Posseía também multitude de referências erudictas às literaturas clássicas e extranxeiras, e estaba cheio de neoloxismos e arcaísmos, que faciam as obras practicamente inintelexíbeis para o leitor comúm. Considera-se que o “Libro de erudición poética” de Luis Carrillo y Sotomayor, publicado por primeira vez nas suas “Obras” (1611), é unha espécie de “manifesto” do movimento, que alguns pensárom se opôm ao “conceptismo”. Carrillo afirma que o poeta tem de empapar-se nas fontes clássicas e mitolóxicas e descobrir, desde aí, significados ocultos que poidam ser desvelados somente por um leitor igualmente culto e infinitamente paciente. A obscuridade na expressón non debe buscar-se por sí mesma, senón que debe ser o resultado de unha complexidade interna do pensamento e de unha elaboraçón poética extrema. A sua própria “Fábula de Acis” ilustra como exemplo claro estes preceptos, mas sem dúvida é a figura de Luis de Góngora a que deu renome ao movimento. Contra el fixérom causa comúm Quevedo, em nome dos “conceptistas”; Lope de Vega e os poetas populares; Jáuregui e a escola de Sevilla; e Pedro de Valencia y Cascales, por parte dos humanistas. Non obstânte, este estilo foi defendido por: Trillo y Figueroa, Espinosa Medrano, Díaz de Rivas e García Salcedo y Coronel. Ademais do “Polifemo”, das “Soledades” e do “Panegírico” de Góngora, as obras de Tassis y Peralta, Soto de Rojas, Bocángel e Polo de Medina som também representativas deste estilo. A obra cimeira foi o “Polifemo” de Góngora, que é especialmente importânte, pelo uso que fai da metáfora e das imáxens non só visuais, mas também dos sons, essências e pedras preciosas. Os inimigos do “culteranismo” atacarom as obras em xeral bassando-se na frequência no uso dos hipérbatos e das alussóns clássicas, non sempre afortunadas.
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