
A arribada a este novo mundo, foi feita por mar à Praia Grande. O imponente morro do “Pán de Azucar”. O Corcobado, sobre a praia de Flamengo. A selva, e as suas voces míticas e arcanas. As poboaçóns aboríxens e as poboaçóns africanas. As suas lendas e os seus deuses. A sensibilidade e a sexualidade. Unha sabedoria non esquecida. Metrópole imperial, barroca e moderna, cosmopolita. Mitos orixinários selváxens, conflíctos profundos, de unha megalópolis terceiromundista. No fundo e na tona, surxem os tambores segredos de outras culturas, relegadas, empobrecidas, humilhadas pola cultura da fáme e do “big-stick”. O estandarte da violência urbana e da criminalidade institucionalizada. Desde o “Pán de Azúcar”, ou do “Corcobado”, avista-se a cidade desparramada polas encostas e caíndo para o mar. As praias de Leme, Copacabana, Ipanema, Lebon, Botafogo e Flamengo. Nomes máxicos, que só por sí, resumem melhor que qualquer outra palabra, a essência do Rio. É, unha cidade louca, criáda por homes loucos. E, a loucura vai estragando, destruíndo tudo, aquela “garota do Ipanema”, xá non é unha garota, xá tem filhos e netos. A silueta das praias, e os peitos montanhosos, fán de Rio unha topografía femenina, um amor louco. Ninguém parece importar-se que, o setenta por cento dos habitantes do Rio vivam na miséria. O verdadeiramente importânte é aparentar alegría, para um mundo perverso, “a lo loco, se vive mejor”.

Tudo acontece nas praias. Lê-se, dança-se, namora-se, fái-se desporto, negócios, ou simplesmente se vai à praia. Para olhar, fisgonear, vêr, mas, sobretudo para dar-se a ver. Nas praias celebram-se os comícios políticos, mercadeia-se com absoluctamente tudo, xogam os nenos, sonham os velhos com mornas calenturas. Corpos brilhantes, milágres da natureza. Surprehende descubrir, que na maioría das praias, muito pouca xente está no mar. Afirmam, a modo de disculpa, que as águas som muito traiçoeiras, com grandes ondas e intensas resacas. Mas, na verdade, é que as praias de Rio, som um tributo ao Sol e non à água. Há, que desconfiar de todo aquel que, ande pola praia calzado, o melhor é andar como Eva nos paríu, com o imprescindíbel encima.

O “fato de banho”, ou a quase total ausência del, iguala a todos, mas apesar de tudo, seguem diferenciando-se os diferêntes grupos e clásses sociais, que há na cidade. Xunto ao “Country Club de Ipanema”, reune-se a alta sociedade carioca, frente ao “Copacabana Palace” están os “gays”, e os famosos em “San Conrado”, um lugar muito mais tranquilo. Os intelectuais están xunto à rua Farme de Amoedo em Ipanema. Os desportistas do musculo, preferem a menos concurrida praia de Leblon. Mas, a praia, qualquera delas, é mais que nada, o templo dos adoradores do Sol. Mozas e mozos mulatos, xovens, esculturais, que consumem quantidades inxentes de bronceadores europeios, para estar ainda mais morenos. O Carnaval, unha vez ó ano. os homes vestem de mulheres, as mulheres vestem de homes, os adultos comportam-se como nenos, os nenos vestídos como adultos. Os pobres disfarzam-se de ricos e reis, durante os dez dias que dura o Carnaval. O diábo, anda solto na rua, misturádo num redemoinho de xentes, é altura de axustes de contas e vingânças. Os destelhos de lentexoulas e de plumas coloridas, embriágam os corpos esgotádos, os rostros suxos de maquilhaxem corrida. Os disfarces, que horas antes eram tudo explendor, agora están descosidos, enrrugados e desganadamente muchos. Voluptuosidade, alegria e inocência. Este universo mítico e máxico, converte-se no seu reverso, o regreso á selva! O sentido do Carnaval carioca, encerra muito mais que todas estas vaguedades. Unha enorme caldeira vulcânica, fermenta por debaixo do Corcobado. A “Floresta encantada da Tijuca”, a maior reserva natural-urbana do mundo, xá liberáda das prantaçóns de café e da cana de azúcar, foi mandada reprantar por Pedro II, em 1862 com espécies nativas orixinais. O Xardím Botânico, acaso também, polos páxaros que o frequentam, libertos de toda prisón. Agradábeis também as viáxes para norte e para sul pola costa. Para Sul: Angra dos Reis, Morocaba, Paixaguaba, Tarituba, Parati. Para Norte: Buzias, lugar paradisíaco. Este poderoso país, talvés poderá um dia, sair disparado como um missil balístico incontrolábel.
LÉRIA CULTURAL