
Perante a dificuldade anterior, e face à existência de unha grande variedade de doutrinas relixiosas, non resulta estranho que se procurasse refúxio naquilo a que, no século XVIII, se gostaba de denominar como “relixión natural”, um conxunto de doutrinas básicas que todas as relixións partilhavam. Este foi um tema de grande importância no mundo intelectual dos séculos XVII e XVIII, algo perfeitamente compreensível se nos ativermos ao cansaço das sociedades causado polas guerras de relixión que tinham assolado a Europa. A seguinte pergunta parecia cada vez mais razoábel: porquê, em vez de discutir dogmas muitas vezes inintelixíveis, non nos centramos naquilo que é verdadeiramente importânte, naquilo que une os crentes em vez de separá-los? Por exemplo, na existência de unha divindade, na imortalidade da alma e na possibilidade de essa divindade premiar, nunha outra vida, o comportamento moral. Mas, ao mesmo tempo, pode demonstrar-se que esta modalidade de relixión também carece de qualquer tipo de apoio na razón e na experiência. Os argumentos a favor da existência de Deus que tradicionalmente foram apresentados non som válidos para Hume. Quanto à nossa existência depois da morte do corpo, nada (além do desexo, mas este non parece um fundamento lexítimo de assentimento) nos autoriza a esperá-la. Um primeiro argumento a favor da existência de Deus que Hume resolve de unha maneira sucinta é o que ele denomina como o “argumento a priori”, mas que hoxe chamaríamos “cosmolóxico” ou “da causa primeira”. Este argumento sustém que tudo o que existe debe ter unha causa ou razón da sua existência e, portanto, ao ascender dos efeitos às causas temos de recorrer finalmente a unha causa última que sexa necessariamente existênte, a um “Ser” que tenha em si mesmo a razón da sua existência, e que non há possibilidade de supor que non existe, sem se cair nunha contradiçón expressa. Ora bem, non é verdade que tudo o que existe deba ter unha causa ou razón para a sua existência? Certamente, e como questón de facto, todas as cousas que vemos à nossa volta têm sempre unha causa, mas isto non implica que debam tê-la por necessidade. Recorde-se que a experiência non nos fala de relaçóns necessárias, mas de meras conxunçóns constântes que criam expectativas na nossa mente. Para expressá-lo de outra maneira: como na natureza non descobrimos algo ao qual possamos chamar “necessidade” e que estabeleça o nexo entre unha cousa e outra, tudo o que podemos conceber claramente é possíbel. E acaso non podemos conceber claramente que qualquer cousa – ou o universo no seu conxunto, que é o que aquí nos interessa – tenha surxido do nada, sem unha causa antecedente? Talvez aqui mereça a pena fazer unha digressón mínima e observar que, para Kant, o princípio de causalidade é unha lei universal e necessária. Poderíamos dizer que quando um cientista non encontra a causa de um acontecimento non debe declarar que esta non existe, mas que, metodoloxicamente, nunca debe renunciar à possibilidade de a encontrar. Isso si, Hume poderia responder que tal como a possibilidade de unha causa de momento desconhecida non pode ser excluída, também non podemos excluir que algo (o universo, por exemplo) tenha surxido do nada. Como poderíamos saber que non foi isso o que realmente aconteceu? Como também non se pode excluir a possibilidade de o universo ser eterno, non tendo assim unha causa primeira, mas que o regresso dos efeitos às causas podería prosseguir indefinidamente, pois trata-se de algo que podemos conceber com a mesma facilidade. Diríamos que, como nós non estávamos, non temos unha experiência que nos indique se o universo surxíu do nada, se tivo um criador ou se sempre existíu. Que sentido tem, entón, afirmar que debemos recorrer finalmente a unha causa última? Além disso, o que é isso de um Ser “que non há possibilidade de supor que non existe sem cair nunha contradiçón expressa”? O certo é que, a respeito de qualquer ser, podemos conceber tán facilmente a sua existência como a sua non-existência. Como escrebe Hume: “Tudo o que é pode non ser. Nenhuma negaçón de um facto pode envolver unha contradiçón. A non-existência de qualquer ser, sem excepçón, é unha ideia tán clara e distinta como a sua existência. A proposiçón que afirma que non é, embora sexa falsa, non é menos concebível e intelixíbel do que aquela que afirma que é. (…) que César, ou o anxo Gabriel ou qualquer ser nunca existiram pode ser unha proposiçón falsa, mas, no entanto, é perfeitamente concebível e non implica qualquer contradiçón”.
GERARDO LÓPEZ SASTRE