CRONICONES. Crónicas medievais escritas em verso ou prossa, chamadas assim para diferenciálas das narraçóns históricas chamadas “crónicas”, que tenhem mais elementos de ficçón que os “cronicones”, às vezes meros anais ou descripçóns detalhadas dos feitos. Carecem de unha visón crítica dos acontecimentos e a sua precisón é muito variábel. Em latim conhecemos “Epitome imperatorum vel arabum ephemerides”, também conhecido como “Cronicón del Pacense”, que cobre os acontecimentos dos anos 611 até 754; o “Croniçón de san Isidoro de León”, que contém os datos mais precisos para a história dos anos 618 até 939 em Castela, que também é conhecido como “Anales castellanos primeros”; e estes están complementádos polos “Anales castellanos segundos”, que ván até 1126. O “Cronicón de Alfonso III” (672-866) foi atribuído a Sebastián, bispo de Salamanca (ou de Oviedo) na sua segunda versón xá revisada. O “Cronicón Albeldense” foi chamado assim polo mosteiro rioxano onde foi encontrado; é anónimo até 883. A partir dessa data foi composto polo monxe Vigila, que narra os feitos até ao ano 978. Outros cronicóns som “Cronicón del Silense”” (718-1054), “Cronicón complutense” (281-1065); “Cronicón de Pelayo” , escrito polo bispo de Oviedo (982-1109); “Cronicón compostelano” (362-1126); “Cronicón Lusitano” (311- 1222); “Cronicón burgense” até 1250, e “Cronicón barcinonense” (958-1308). Os cronicóns escritos em castelán som menos numerosos: dous de Cardeña (797-842 e 856-1327), tres “Anales toledanos”; o de “Lucas de Túy” ou “El Tudense” e a “Historia gótica ” ou “De rebus Hispaniae” de Rodrigo Ximénez de Rada.
CRÓNICAS. Histórias escritas normalmente polas testemunhas dos feitos ou tomadas de acontecimentos contemporâneos dos seus autores. Carecem de valor crítico ou analítico. A miúdo som parciais ou panexíricas. Non sempre descartam as lendas e os elementos de ficçón, que passam a formar parte da narraçón ao mesmo nível que os feitos reais. A crónica mais antiga das Espanhas, foi escríta em prossa navarro-aragonesa e encontra-se no final do manuscrípto do “Fuero general de Navarra. A sua data de composiçón foi fixada em 1186. Os historiadores fixérom um bom uso das crónicas, onde sacarom multidón de dactos importântes. Unha das mais famosas é a “Estoria de España” (também conhecída como “Primera crónica general”), feita por mandato de Alfonso X el Sabio, nas postrimerías do século XIII. Existem muitas crónicas datadas no século XIV e especialmente no XV, como a “Crónica del rey don Pedro” de López de Ayala, a “Crónica de don Álvaro de Luna” (de Gonzalo Chacón?) e a “Crónica sarracina” de Pedro del Corral, entre outras.
CRÓNICA. Revista literária paraguaya publicada de 1913 a 1915. Foi a primeira do Paraguay, que apoíou o “modernismo”, publicando poemas de Guillermo Molinas Rolón, Pablo Max Ynsfrán e Leopoldo Ramos Jiménez, assim como dos contistas Leopoldo Centurión (1893-1922) e Roque Capece Faraone (1894-1928), ambos mortos prematuramente por exceso de drogas e alcoholismo.
CRIOLLISMO. Movimento literário definido polo venezuelano Rufino Blanco-Fomnona como “la pintura, à outrance, de las costumbres populares, com os tipos e com a lenguáxe do pobo baixo”. Esta corrente estimulou o desarrollo dunha literatura rexionalista que dominou especialmente na Venezuela e na Colômbia alá polo 1900. Unha das suas debilidades consiste num matiz moralizador que só os grandes lográrom eludir, como o colombiano Tomás Carrasquilla. O criollismo alcanza a cúspide com Ricardo Güiraldes na obra mêstra “Don Segundo Sombra” e se aprecía aínda nas primeiras narraçóns gauchescas de Jorge Luís Borges. O “gauchismo” é o equivalente riopratense do criollismo. Houbo também xornais e revistas “criollistas” como “El Cojo Ilustrado” (1892-1915), em Venezuela, e “Orígenes” (1944-1957), em Cuba.
CRESPO TORAL, Remigio (Cuenca, 1860-1939). Poeta e ensaista equatoriano. O seu primeiro libro foi “Mi poema” (4ª ed., 1908), influído por Núñez de Arce, cheio de fervor xuvenil. Outras obras forom “Leyenda de Hernán” (1917) e “Selección de ensayos” (1936).
CRESPO, Rafael José (Alfajarín, Zaragoza, 1800-1858). Escrebeu fábulas e epigramas. No prólogo ao seu libro “Fábulas morales y literarias” (Zaragoza, 1820) defende-se a si mesmo das acusaçóns de falta de orixinalidade nas suas criaçóns. Outros libros seus som “Poesías epigramáticas” (Zaragoza, 1827), “Don Papis de Bobadilla, o sea, defensa del cristianismo y crítica de la seudofilosofía” (Zaragoza, 1829) e “Vida de Nuestro Señor Jesucristo” (Valencia, 1840).
CRESCAS, Hasdai (Barcelona, 1340-1410). Foi gran rabino de Aragón. Filósofo que contribuiu para a apariçón do Resurximento na Espanha e para a superaçón do sistema aristotélico na Península introduzido por Averroes. A sua obra mais importânte foi “Or Adonai” (Ferrara, 1555), que segue a tradiçón de Nissim Girondí de Barcelona. Escrebeu também unha história de las matanzas de Aragón de 1391 e foi mêstre de Joseph Albó.
O pior vem agora: as diversas disposiçóns de todos estes instrumentos, que nos levam por forza a muitíssimas equivocaçóns. ¿Acaso non dán lugar a unha diversidade máxima na visón das diferêntes côres dos olhos, por diversos temperamentos, consistência, natureza, quantidade, posiçón e transparência dos espíritos e dos humores que há neles? E se isto se trata mais bem desde um ponto de vista médico. ¡quanto costumam fazer mudar a visón a natureza das membranas e a do nervo óptico, assim como a quantidade dos espíritos e humores, tudo isto e ademais a sua transparência! A miúdo, debido a unha causa externa, nos parece ver moscas, farrapos, teias de aranha e cousas semelhantes, sendo assim que non existen. Quando os olhos están inflamados, tudo parece encarnado. Quando están inundados de bilis, amarelento. Se um humor se abate sobre a pupila, tudo parece esburacado, o coberto com um pano, o grande, o pequeno, ou escuro. Estes defeitos debem-se a doênças, mas, entre os sáns, uns vem as cousas lonxe e outros perto; um com mais claridade, outro com menos; este vê-as grandes, aquel pequenas; este vê-as roxas, aquel amarelas. Nunha palabra, ninguém as vê perfeitamente nem da mesma maneira que os outros. ¿Que podrá impedir, pois, que as cousas se vexan diversas, incertas, inestabeis e diferêntes de como elas mesmas som, sendo assím que se ven mediante uns olhos submetidos a tantos câmbios, e incluso em si mesmos tán diversos, e ademais através do ar, que non é menos susceptíbel de câmbio nem menos incerto, senón, polo contrário, mais? ¿Que poderá impedir que nos enganémos constantemente e que nunca poidámos captar algo certo nem, por tanto, afirmá-lo?
A capital do Império Romano de Oriente. A cidade que saca peixes prateados de águas suxas, é o escenário perfeito para o mistério. O viaxeiro, acáso baixou do Oriente Expréss proveniente de París, tomou um galón de cebada e uns pastéis no Hotel Pera Palace. Depois, deitar a vista e o espírito a passear sobre os fieis, que entram ou deixam a Mezquita Azul, para a oraçón das doze horas. O qual, só por si mesmo, resulta um prazer deslumbrante. ¿Quais seram as claves da sua seduçón, hoxe em dia? Penso, que as mesmas de sempre, unha das grandes encruzilhadas do mundo! Terra de pagáns, mouros e cristáns! Unha imponente história nos contempla, o centro do mundo, todos xuntos dérom a ésta cidade um carácter peculiar. A contundência arquitectónica, de mezquitas, palácios, mar e pedra, formam unha amâlgama única. É, verdadeiramente, um xigantesco mercado de almas, a alma das cousas, a alma das xentes, e também as almas vaciádas. Às suas costas, mil anos como capital do Império Bizantino, mais outros quinhentos anos como centro do Império Otomano. Muitos a quixérom para si! Desde Bizas o Mégaro, Constântino o Grande, Justiniano, Mehmet o Conquistador, Solimán o Magnífico e o que mais alto ressôa na actualidade, Mustafá Kemal Atatürk, o home que sacou o país da Idade Média, fai tán só setenta anos. Os Árabes tratarom de conquistála mais de trinta vezes. Os Venecianos também a atacarom em sete vezes. E, por último os Russos em nove vezes. Hattís, Hititas, Frígios, Hurritas, gregos, persas, godos, romanos, françêses, venecianos, osmanties e jenízaros, aquí deixárom fortuna e vida por conquistála. A implacábel peste da modernidade, mudou o aspecto de muitos dos bairros, e o pintoresco que caracterizaba Istâmbul, derruba-se irremediábelmente sem apelaçón. A homoxeinizaçón que acarrea o progresso, acaba com o fértil caos do xénio mediterrâneo, ao mesmo tempo que os veus integristas ocultam o rostro das fermosas, para escárnio do pai de todos os turcos.
Para descansar do axetreo infernal do mundo turístico, non há nada melhor que um banho turco (com tratamento de Sultán), algúns com mais de trescentos anos de antiguidade, resulta unha experiência única, por exemplo o “Hammam de Cagaloglu”, que permanece intácto desde os tempos octomános. Xá bem purificado de corpo e alma, é hora de visitar “Haghia Sophía” , que non tem nada que ver com santas, a confusón vem dos tempos de Constântino, que a dedicou á Sabeduria Divina, sendo o seu interior um dos espectáculos mais sobrecolhedores que se poidam contemplar. Agora, estámos preparádos para aguantar, mais de dez milhóns de habitantes, milhóns de autos, camións, barcos, cargueiros, ferrys, pesqueiros, cruzeiros. Que surcam esta esquina formada polo mar de Mármara o estreito do Bôsforo e o Corno de Ouro.
A ponte Gálata, une as duas partes europeias da cidade, os bairros de Gálata e Pera, separados polo “Corno de Ouro”. O “Grande Bazar” é o principal centro comercial do planeta, há mais de quatro mil postos e mais de dous mil artesáns. Um vendedor nunca perde a calma e os trucos para o regateo som infinitos. Istâmbul é unha cidade cheia de xente nova e de turistas, dous elementos que dán forzosamente lugar a unha animadíssima vida nocturna, tertúlias em cafés, noites de verán perto do mar do Bósforo, fermosas dançarinas, mas, sobre todas as cousas, as mulheres russas, flautistas e violinistas, polas quais mouros e cristáns, perdem fortuna e vida.
Com o desaparecimento de Plotino, três figuras se destacam no neoplatonismo: Porfírio, Jâmblico e Proclo. Porfírio foi o mais académico dos três e legou algunhas tentativas de sistematizaçón da filosofia clássica (como a famosa “árbore de Porfírio”, que consta no seu “Isagoge” e antecessora das modernas taxonomias). O seu discípulo Jâmblico preferiu harmonizar Plotino com as teses pitagóricas sobre o número (daí ser considerado um neopitagórico). Proclo, o mais importânte dos três, é considerado o último grande filósofo grego da Antiguidade, Nascido em Constantinopla no final do século V, mudou-se para Atenas e devolveu à velha polís parte do brilho académico de outrora. A sua obra “Elementos de Teoloxia”, conservada na íntegra, é comparábel em ambiçón às “Enéadas”, embora compense a sua menor qualidade literária com um maior rigor expositivo. As semelhanças com Plotino som evidentes: também ele tenta harmonizar a filosofia grega com unha visón relixiosa e monoteísta do mundo, o que o leva a reproduzir os mecanismos da processón e da conversón. Se por algunha razón Proclo se destaca é por tentar axustar o politeísmo ao monoteísmo. A sua principal novidade é a noçón de “Hénadas”, unha nova espécie de intermediários, destinados a resolver o problema da presença do superior em cada um dos inferiores, sem necessidade de se degradar. Proclo recorre a elas como “unidades participáveis”; estas comportam-se como deuses de nível inferior que som “formalmente” o que o Uno é “eminentemente”. Seguindo um raciocínio parecido, entre o eterno e o temporal situa o “temporal perpéctuo”, a que os escolásticos medievais chamaram “”sempiterno”.
Unha ves era un velliño que tiña por úneca acupación o levar a cana, corda e anzol, e irse pra beira do río a pescar; cuase sempre tornaba á casa co cesto acugulado de peixes, mais veu un tempo en que a fertuna volveulle as costas, e en van iba día tras día coa cana; o anzol baixaba hastra dar nos limos do fondo, e os peixes fuxían do recramo. Renegando da sorte, e con prepósito de acabar aquela vida tan chea de necesidades, pensou ir por últema vez ó rio; a este fin colleu os trastes e andando, andando topouse no sitio de costume. Pouco habia que tendera a corda, cando sintiu que pesaba moito, e uns tirantazos condanaos. Ó erguela con forza, sacou un peixe moi grande, de linda cor, que meteu no cesto; logo puxo cebo no anzol e dispúñase a botar de novo a corda, mais ouviu unha voz que lle dicía: -Si non me matas, terás o peixe que queiras. Volveuse o home asombrado e mirou que quen lle falaba era o peixe do cesto. -¿Darasme fartura si te solto? -perguntoulle con legría. -Si, velliño; pro anda lixeiro, porque xa me sinto afogado. -Un peixe máis ou menos non é nada; vaite á auga – dixo o pescador, tirando con el no río. Contra o que agardaba, aquel día non pescou migalla, e o mesmo lle pasou o siguente. Xa estaba arrepentido de haberlle dado libertade ó dos cores, cando volveu a caír no anzol. -Non, agora – díxolle – nin Xuncras te salva; inganácheme; pois vas a pagalas. E chimpouno ó cesto. -Pescador – falou dadrento – , non me mates e dareiche peixe dabondo. -Non entendo- repuxo meneando a cabeza. -¡Logo teño que morrer!… -Sin remédeo; na miña casa hai fame, e como caíche ti soilo… -Ben, pois escoita: has de pórme en catro anacos; deles que coma un a túa muller, outro a égoa, outro a cadela e o que sobre espíchalo na horta. -E eu non como nada ¡recorcio! -Ti aúna, convén asina. -Farei o que mandas -respondeu o velliño envolvendo a corda, e co cesto ó lombo, tornou a casa pra comprir todo o que dixera o peixe. Dalí a tres ou catro meses, a muller do pescador pariu dous mozos, a quen puxeron de nome Arrinca-pedras e Retorce-piñeiros. A égoa trouxo dous cabalos. A cadela, dous liós. E na horta naceron dúas lanzas. Os rapaces foron crecendo fortes como buxos; e ó ter vinte anos, dixéronlle ó pai que querían ir polo mundo. Non sin tristura cedeu o vello ós seus deseios; e dándolle a cada un, cabalo, lión e lanza, botoulles a bendición e viunos marchar da aldea. Levaban andado un bo trecho e toparon unha encrucillada. Eiquí -dixo Arrinca-pedras- debemos sopararnos; irmán, toma esta botelliña, eu quédome cunha igoal; si a iauga muda de cor, é porque algún de nós está en peligro. -Ben -respondeulle abrazándoo con ternura. E tomaron por oposto camiño. Na imposibridá de siguir os dous, iremos con Retorce-piñeiros que andivo toda a noite e chegou pola mañan a un pobo vistido de loito. Picado da cubiza ante o estrano do caso, alcurréuselle saber por que a xente andaba chorando polas rúas, as casas tiñan as portas a medio abrir e nos balcóns pinduraban lazos negros; e unha vella deulle a espricación deste xeito. Non é milagre que nos afrixamos; hai perto da vila un culebrón de sete cabezas, grandismo, que tódolos días come súa persoa, e hoxe ás catro da tarde, vén buscar a filla do Rei. Este prubicou un bando en que di que quen mate o culebrón casarase coa filla; pro naide se astreve ¡é tan feo! ¡tan cheo de escamas!… Enteirado Retorce-piñeiros, pensou ir en busca do animal que tan asombrada tiña a xente daquel pobo, e unha hora antes da sinalada, apartouse no sitio por onde había de pasar. Moi logo sentiu o barullo que facía arrastrándose e asubiando por antre os toxos do bosque. Lonxe de se acovardar, baixou do cabalo e embrazou a lanza. O escorpión estaba á súa beira e abría unha das bocas pra collelo. -¡A min lión!, ¡a min cabalo! -dixo choutando riba del e descargándolle lanzazos entramentras os outros lle axudaban cos dentes e as patas. Dempois dunha loita coraxuda, o culebrón deixou de alentar; estaba morto. A vítima escoitara dende o penedo en que se puxera pra recibir a morte, as voces de Retorce-piñeiros, e viu ó lión, polo que un relampo, de legría cruzou a súa alma. O valente mozo arrincou as sete lingoas do mostruo, mais non créndose merecente da filla do Rei, colleu por un camiño que o alexou do pobo. Nisto pasou por onda o culebrón morto un preto; e como sabía o bando que dera o Rei, resolto a aporveitar tan boa ocasión, cortoulle as sete cabezas e persentouse no Pazo a recoller o prémeo que lle foi concedido sin vacilaciós. (…)
HÉRCULES DE EDICIONES (GALICIA DE CONTO) HERMIDA, M. (DIR.), 2001: “RELATOS E OUTRAS PROSAS” DE ROQUE PESQUEIRA CRESPO, XUNTA DE GALICIA.
Hegel estaria de acordo com Aristóteles ao afirmar que o nosso entendimento está submetido a este princípio, mas de forma algunha concederia que a própria razón o estexa, o que implica introduzir unha diferença radical entre entende e raciocinar. E como a razón é que lexisla no devir da natureza e das sociedades (isto é, lexisla completamente no ser), Hegel nega que o princípio da non contradiçón sexa um princípio do próprio ser, um princípio “ontolóxico”. E o facto de ser um princípio daquilo a que Hegel chama “entendimento”, mostraria apenas que “entender” non é mais do que parcial e insatisfactório, um reflexo da subxectividade, limitada, carente e parcial. A razón non se axusta aos princípios do entendimento e, mais concretamente, ao da non contradiçón. A razón tem um movimento interno, porque cada unha das suas ideias encerra em si a ideia contrária, que non permanece oculta mas que pugna por sair e substituir a primeira. Isto explica que se tivermos unha proposiçón que o entendimento vê como firme, unha “tese” (por exemplo, a monarquia é ordem), na razón esta proposiçón será com total necessidade substituída pola sua “antítese” (a monarquia é desordem: ordem republicana!). Consolidar-se-á entón a antítese? De forma algunha; ficará substituída por unha nova proposiçón que non será mais do que a síntese de ambas (a monarquia restaurada é ordem), e esta, por seu lado, xerará unha nova antítese, e assim sucessivamente. Escolhi um exemplo político, mas teria podido escolher muitos outros, mais concretamente os relativos à natureza, pois, dada a sua obediência às ideias, a natureza também se encontraria submetida ao processo, assunto no qual temos a base daquilo que Friedrich Engels chamará mais tarde “dialéctica da natureza”, expressón que em si própria levantou algunhas questóns. E obxectará o leitor: a matemática non funciona dessa forma; depois de atribuir a um triângulo o atributo de que os seus ângulos sumam dous rectos (deixemos de lado a xeometria chamada “non euclidiana”), non deriva daí a antítese pola qual mediriam outra cousa diferente. E, de facto, a matemática non está submetida à dialéctica, porque a dialéctica diz respeito ao ser, ou sexa, à razón, e, por outro lado, a primeira disciplina é mera abstraçón do ser; a matemática é puro entendimento. Daí que o proxecto pitagórico de reduzir os conceitos filosóficos a determinaçóns matemáticas sexa para Hegel submeter o espírito à “tortura de se transformar em máquina”.
No entanto, a direita encontra-se, fundamentalmente, com um problema relacionado com a capacidade de leitura. Os Passos Coelhos e restantes habitantes da ilha deserta das ideias, encontram-se que alguém saído e achado no seu meio, saiba ler. Nao sabem como o desarmar, nao sabem como o desacreditar, visto que mesmo de cara às eleiçoes municipais, obriga-os a projectar uma imagem condizente com novos comportamentos e novas actitudes sociais. Marcelo saíu-lhes criativo; saíu-lhes do caminho antigo e meteu-se pelas ruas e ruelas do charme e da expansao comunicativa. A direita instalada num discurso esquemático e rígido, encontra-se com o passo trocado e usa óculos de submarinista, para ler as notícias necrológicas da praxis e pensamento político. E engana-se, e troca as letras e salta de parágrafos, afirma que tem um passado glorioso e estraxeirizado nas ilhas dos “offshores”. A direita sente-se caída nas areias movediças, e nao vislumbra mao amiga, nem rama salvadora, que a livre do afundamento lento, sádico, tremendamente aflictivo que a leva ao afogamento. Entón berra, diz impurezas verbais; mentais. Guincha. Esperneia. Estrebucha.
Embora, por falta de tempo, Leibniz non tenha chegado a apresentar a sua obra de forma sistemática, a ideia de “sistema” ou “estructura” encontra-se na base da sua filosofia e contém a orixem do que chamamos “racionalismo”. Sempre fun contra a divisón escolar que os libros fazem “racionalistas” e “empiristas”, de maneira que, ao aplicar a Leibniz este qualificativo, non quero de forma algunha afirmar que o nosso autor renuncia à experiência empírica – tán importânte para um cientista que reconhece ser discípulo de Francis Bacon – , mas indicar que existe na sua filosofia unha chave comum para a realidade e o seu conhecimento, non porque o facto de conhecer unifique, com categorias racionais, unha realidade mutábel e dispersa, mas porque o próprio real consiste nunha ordem racional, suxeita a princípios e leis que a nossa razón pode ler – tal como Galileu lia o libro da natureza – e “traduzir” em conceitos filosóficos e conhecimentos científicos. Porque, para Leibniz, o real é unha ordem racional que só pode ser comprehendida com um sistema apropriado de princípios racionais que, por sua vez, som imanentes à própria realidade, da qual fazem parte. Em contraposiçón com Descartes, o Deus leibniziano non pode criar arbitrariamente as leis da lóxica, mas submeter-se a elas tal como os seres humanos e qualquer outro ser racional que exista (quer se chame anxo, demónio ou extraterrestre). Só neste sentido – Leibniz nunca foi tán lonxe como Hegel – é que o real se torna racional, non só para nós mas “em si”, adquirindo a capacidade de “se expressar” – como dirá mais tarde Gilles Deleuze – no pensamento; de forma diferente e sem restriçón no caso de Deus, e de forma confusa e limitada para o home, xá que “non pode desenvolver de unha vez as dobras dessa ordem universal porque se estendem até ao infinito”, tal como escrebe em A Monadoloxia, esse resumo da sua metafísica que escrebeu em 1714, no final dos seus dias. Assim, segundo Leibniz, existem princípios que som comuns a Deus e aos homes, porque se situam acima deles para rexer a esfera da verdade e do ser em xeral; som princípios lóxicos e metafísicos aos quais nenhum ser racional se pode esquivar, como, por exemplo, “o mesmo non pode simultaneamente ser e non ser” ou “o todo é maior do que a parte”, como escrebeu no seu Diálogo entre um Teólogo e um Misólogo, em 1679, como crítica à filosofia cartesiana.
A crise climática e ecolóxica é a maior ameaça que a humanidade xá enfrentou. Non há dúvida de que este problema irá definir e moldar, como nenhum outro, a nossa vida quotidiana futura. Isto é dolorosamente claro. Nos últimos anos, começámos a assistir a unha mudança no modo como vemos e falamos sobre a crise. No entanto, como desperdiçámos tantas décadas a ignorar e a minimizar esta emerxência crescente, as nossas sociedades ainda se encontram em estado de negaçón. Para todos os efeitos, estamos na era da comunicaçón, na qual o que dizemos pode facilmente sobrepor-se ao que fazemos. É assim que se explica o facto de termos um número tán avultado de grandes países que, produzindo combustíbeis fósseis – e tendo elevados níveis de emissóns -, se autodenominam líderes climáticos, apesar de non terem em vigor qualquer política de mitigaçón das alteraçóns climáticas. Vivemos na era do branqueamento ecolóxico a todos os níveis. Na vida non há problemas que non sexam ambíguos. Non há respostas categóricas. Tudo é tema de debate e compromisso sem fim. Este é um dos princípios fundamentais da sociedade em que vivemos. Unha sociedade que, no que toca à substentabilidade, tem muitas culpas no cartório. Porque esse princípio fundamental está errado. Existem alguns problemas que non som ambíguos. Na verdade, a nível planetário e social há fronteiras que non debem ser transpostas. Por exemplo, achamos que as nossas sociedades podem ser um pouco mais ou menos substentábeis. A longo prazo, porém, non podemos ser um pouco menos substentábeis: ou somos substentábeis ou insubstentábeis. É como caminharmos por cima de unha fina camada de xelo – ou aguenta connosco ou non aguanta. Ou conseguimos chegar à costa, ou caímos nas águas profundas, escuras e frias. E, se isso nos acontecer, non haberá um planeta próximo que nos possa valer. Estamos, por nossa conta.