
CRUZ CANO Y OLMEDILLA, Ramón de la (Madrid, 1731-1794). Autor teatral cuxo nome vai sempre ligado ao melhor momento do “sainete” madrileno. Começou por escreber traxédias e comédias, quase sempre adaptaçóns e traduçóns de orixinais franceses e italianos como “Bayaceto” (do Bajazet, de Racine), “Hamlet”, da traduçón italiana da obra de Shakespeare feita po Duciso, y “Aecio” (de Metastasio). Em “Teatro” (1786-1791, 10 vols.) incluíu dezanove obras sérias e quarenta e sete sainetes, num intento para persuadir aos leitores de que também fora um autor sério. Non obstânte, passou à história da literatura graças aos seus sainetes. Insistíu sempre em que se inspiraba em feitos da vida real, mas apartando os elementos amargos que acostumam existir nela. Nestas obras há a miúdo, um afán moralizador do qual carecíam os “entremeses” do século XVII. Também há maiores câmbios em escena. Predominam os tipos de baixa extraçón social, como o “viscaíno”, em boca de quem pôn um castelán “cómico”. Reflexa a sociedade desde um ponto de vista tradicionalista, como na licçón que dá o aristocrático esposo à sua mulher, que antes fora criáda, em “La presumida burlada”. Os tipos que retrata nos seus sainetes non chegam nunca a convertir-se em personáxes, e a sequência das escenas, non leva tampouco ao desarollo de um argumento bem estructurado, assim que com frequência o final resulta disparatado ou pouco consequênte com a obra. “El alcalde limosnero” é o típico exemplo das suas obras: nela, um alcaide de pobo, que é o responsábel de distribuir as limosnas, debe manter a um fidalgo arruinádo, a unhas doncelas e a um soldado. Em “Manolo, De la Cruz” paródia as traxédias do seu tempo, cheias de mortos e de enrredados argumentos. Também foi autor de “zarzuelas”, entre elas “As segadoras de Vallecas” (1762) e “Las foncarraleras” (1772). Na Academia de los Arcades, era conhecído como “Larissio Dianeo”. Entre os seus epígonos figuran Luceno e Ignacio González del Castillo (1763-1800).
OXFORD