
Embora, por falta de tempo, Leibniz non tenha chegado a apresentar a sua obra de forma sistemática, a ideia de “sistema” ou “estructura” encontra-se na base da sua filosofia e contém a orixem do que chamamos “racionalismo”. Sempre fun contra a divisón escolar que os libros fazem “racionalistas” e “empiristas”, de maneira que, ao aplicar a Leibniz este qualificativo, non quero de forma algunha afirmar que o nosso autor renuncia à experiência empírica – tán importânte para um cientista que reconhece ser discípulo de Francis Bacon – , mas indicar que existe na sua filosofia unha chave comum para a realidade e o seu conhecimento, non porque o facto de conhecer unifique, com categorias racionais, unha realidade mutábel e dispersa, mas porque o próprio real consiste nunha ordem racional, suxeita a princípios e leis que a nossa razón pode ler – tal como Galileu lia o libro da natureza – e “traduzir” em conceitos filosóficos e conhecimentos científicos. Porque, para Leibniz, o real é unha ordem racional que só pode ser comprehendida com um sistema apropriado de princípios racionais que, por sua vez, som imanentes à própria realidade, da qual fazem parte. Em contraposiçón com Descartes, o Deus leibniziano non pode criar arbitrariamente as leis da lóxica, mas submeter-se a elas tal como os seres humanos e qualquer outro ser racional que exista (quer se chame anxo, demónio ou extraterrestre). Só neste sentido – Leibniz nunca foi tán lonxe como Hegel – é que o real se torna racional, non só para nós mas “em si”, adquirindo a capacidade de “se expressar” – como dirá mais tarde Gilles Deleuze – no pensamento; de forma diferente e sem restriçón no caso de Deus, e de forma confusa e limitada para o home, xá que “non pode desenvolver de unha vez as dobras dessa ordem universal porque se estendem até ao infinito”, tal como escrebe em A Monadoloxia, esse resumo da sua metafísica que escrebeu em 1714, no final dos seus dias. Assim, segundo Leibniz, existem princípios que som comuns a Deus e aos homes, porque se situam acima deles para rexer a esfera da verdade e do ser em xeral; som princípios lóxicos e metafísicos aos quais nenhum ser racional se pode esquivar, como, por exemplo, “o mesmo non pode simultaneamente ser e non ser” ou “o todo é maior do que a parte”, como escrebeu no seu Diálogo entre um Teólogo e um Misólogo, em 1679, como crítica à filosofia cartesiana.
CONCHA ROLDÁN