
Muitos partidários da “viraxem pragmática” podiam concordar quanto ao facto de a filosofia analítica ter estado presa a imaxes falsas sobre a natureza do conhecimento e da avaliaçón, mas nem todos estavam de acordo com a tese forte de Rorty: que o discurso filosófico sobre esses temas estivesse obsoleto. A chamada “viraxem pragmática”, tal como outras viráxens, prometia mais do que podia. Nos anos oitenta, toda a xente adería à moda das revisóns e das retrospectivas, das mudanças e dos saltos. Proliferárom lemas como “filosofia pós-analítica”, “transformaçón da filosofia”, a que se seguirom outros como “pensamento pós-metafísico” ou “pensamento fraco”. As viraxens produziram-se sem cessar: “viraxem hermenêutica”, “viraxem cultural”, “viraxem narrativa”, “viraxem comunicativa”, “viraxem pragmática”. Era como se todo o mundo sentisse a necessidade de deixar algo para trás, apesar de non estar claro que novo era esse a que se aspirava (excepto que vinha depois, claro) nem que relaçón tinha o novo com o velho: dissoluçón?, negaçón?, superaçón? A etiqueta “pós-analítico”, por exemplo, non era unívoca e podia ser usada com diversas intençóns. Além de Rorty, outros pensadores achavam útil substituir unhas imaxes por outras: por exemplo, a da soberba pola da fraxilidade, ou a do espírito assertivo pola do interpretativo. E outros incentivavam a virar noutro sentido, apesar de alguns desvios anunciados com grandes cartazes na verdade fossem becos sem saída (como essas saídas das vias rápidas que nos levam a unha bomba de gasolina abandonada), e muitas viraxens fossem circulares (ou sexa, mudanças de sentido que devolviam os filósofos em direçón contrária, para um passado de que continuavam a sentir saudades). Virar, afinal, non obriga a mudar nada; portanto, non é de admirar que algunhas iniciativas filosóficas tirassem partido das viraxens para organizar melhor as grandes rotas. Era preciso descansar um pouco nunhas áreas de serviço, mas o trânsito tornava a encaminhar-se rumo a destinos previsíveis. Assim, desde o início dos anos oitenta, a filosofia adquire um novo ritmo, às vezes intrigante, mas outras vezes muito repetitivo. É como se para poder contar algo de novo, os filósofos non pudessem deixar de recontar, ou sexa, de fazer balânços e de voltar a recitar histórias. Mas a fusón de horizontes non era assim tán fácil. O mais normal era a interferência de panoramas. Também non era fácil sobrepor programas especializados de estilo profissional com visóns de mais longo alcance, de âmbitos culturais. A interdisciplinaridade foi pregada aos quatro ventos, mas continuaram a existir as mesmas disciplinas estanques e até foram criadas outras novas igualmente fechadas. Rorty era um exemplo de filósofo dialogante, mas sempre foi escéptico e irónico. Nunca pensou que algunha viráxem pudesse revolucionar a filosofia. Os sinais de viraxem só lhe pareciam promessas suxestivas mas muito vagas. A “viraxem pragmática” non lhe parecia o refluxo de unha grande empresa filosófica marxinalizada desde a Guerra Fria. A questón non era provar que as ideias de James e Dewey sobre alguns problemas (verdade e conhecimento) eram superiores às dos positivistas e dos analíticos e até às de alguns pós-analíticos. James e Dewey tentarom dar novos significados alternativos a vocabulários antigos; por exemplo, tentaram dar à própria ideia de “correspondência” sentidos mais empíricos e funcionais, mas para Rorty todas essas equivalências continuavam a reproduzir os problemas, non os resolviam.
RAMÓN DEL CASTILLO