
Como se recordará, dedicámos boa parte do capítulo anterior á figura de Sócrates e ao seu pensamento, e aí falávamos das “definiçóns universais” como o elemento que integrava e unificava a diversidade de casos particulares da experiência. Pois bem, em última instância o que fará Platón com a “teoria das Formas” é retomar o conceito apontado polo seu mestre e convertê-lo em fundamento e constituinte último da realidade. Como non deixou nada escrito, non sabemos o que Sócrates tinha em mente quando pensaba no “universal de mesa” (unha abstraçón da mente, unha ferramenta para organizar a realidade…), mas o que é evidente é que, para Platón, a “Forma da mesa” passa a transformar-se nunha entidade realmente existente. À pergunta porque é que aos diferentes cabalos que encontramos na nossa vida chamamos cabalos, Platón responderá que é porque som a cópia imperfeita de um único exemplar, o “Cavalo ideal”, que reúne todas as características puras da “cavalidade” (passe a expressón). Da mesma forma, catalogamos as diversas acçóns como xustas ou inxustas segundo que critério? Em funçón de se manifestarem ou apresentarem elementos da xustiça em si. Apesar de nos poder parecer um pouco chocante, non nos enganemos: as “Formas” do Cavalo ideal e da Xustiça em si (e da Batedeira ideal ou da Cama ideal) non som conceitos ou definiçóns, tal como os entenderíamos hoxe em dia, mas sim entes que existem algures, ou melhor, som os entes realmente existentes. A realidade é composta, pois, polas “Formas” de tudo aquilo que nos possa ocorrer ou, dito com um pouco mais de propriedade, de todos os “predicados universais” (isto é, de tudo aquilo que possa completar unha frase do tipo “isto é…”: um cavalo, um home, unha ponte, a xustiça, a beleza, unha mesa…), e existe um e apenas um exemplar de cada “Forma”. Os obxectos da nossa experiência som cópias imperfeitas das “Formas”, manifestaçóns particulares da “Forma” correspondente. Assim, Rocinante, Marengo, Bucéfalo ou Jolly Jumper som cavalos (é unha força de expressón) porque participam da “Forma do Cavalo”.
E. A. DAL MASCHIO